São Paulo, sábado, 03 de agosto de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

EM TRANSE

Banco Mundial também avalia empréstimo de emergência; banco libera US$ 250 mi para combater a pobreza

Dólar cai a R$ 3,01 e país negocia com BID

MARCIO AITH
DE WASHINGTON

Em mais um dia de queda, impulsionada pela negociação da missão brasileira com o FMI (Fundo Monetário Internacional), o dólar caiu ontem 4,44% e fechou o dia negociado a R$ 3,01.
Além do FMI, o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e o Bird (Banco Mundial) também avaliam a concessão de empréstimos de emergência ao Brasil para fortalecer as reservas.
O BID está estudando o uso de parte de sua recém criada linha de emergência para formular um novo empréstimo ao país. O valor total dessa linha é de US$ 6 bilhões e seu propósito oficial é o de minorar custos sociais durante ajustes necessários em momentos de turbulência econômica.
O Uruguai também deverá receber recursos da mesma linha, criada no ano passado durante encontro do BID em Fortaleza. Segundo técnicos da instituição, as reservas uruguaias deverão receber entre US$ 350 milhões a US$ 500 milhões já na próxima semana. O Brasil ficaria com ao menos três vezes esse valor.
Ontem, a missão brasileira que negocia com o FMI encontrou-se com o presidente do BID, Enrique Iglesias, durante o café da manhã. As conversas não se limitaram ao uso dessa linha de emergência e envolveram outras formas de o BID ajudar o Brasil.
Logo depois do encontro, o banco anunciou o desembolso de US$ 250 milhões para as reservas brasileiras. Esse valor refere-se à primeira parcela de um empréstimo de US$ 500 milhões concedido ao Brasil no ano passado para o combate à pobreza.
A missão brasileira também encontrou-se ontem com a diretoria do Bird. Uma fonte do banco confirmou que há estudos para novos empréstimos ao Brasil. O governo brasileiro considera importante garantir também recursos do Bird e do BID num futuro pacote porque, por um motivo técnico, os empréstimos dessas duas instituições compõem as reservas líquidas brasileiras e podem ser usados diretamente para reforçar a blindagem de proteção do real. Já os recursos do FMI, por não serem considerados empréstimos, não elevam as reservas líquidas, mas somente as reservas brutas.

Ajuda européia
O Brasil receberá ajuda de 64 milhões de euros (cerca de US$ 65 milhões) da União Européia. Os recursos fazem parte de um pacote de apoio aos quatro países do Mercosul no valor de 200 milhões de euros que serão investidos durante cinco anos.


Colaborou a Sucursal de Brasília


Texto Anterior: Combustíveis 2: Preço da gasolina só muda quando dólar ficar estável, afirma Petrobras
Próximo Texto: Equipe negocia com a diretora fiscal do Fundo
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.