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ENERGIA
Manutenção de equipamentos e atraso na entrada em operação de plataformas explicam queda, diz a empresa
Petrobras produz 6,2% a menos em Campos
ANA PAULA GRABOIS
DA SUCURSAL DO RIO
A Petrobras registrou queda de
6,2% na produção de petróleo da
bacia de Campos no primeiro semestre deste ano em relação ao
mesmo período do ano passado,
segundo dados da estatal.
A bacia de Campos é a maior região produtora da Petrobras e responde por cerca de 80% da produção nacional da companhia. A
produção de petróleo da empresa
caiu consecutivamente de janeiro
a maio na comparação com o
mesmo mês do ano passado, mas
registrou uma leve recuperação
em junho.
"Houve uma concentração de
paradas programadas para manutenção no primeiro semestre,
principalmente em maio", disse o
gerente-geral de Exploração e
Produção da Petrobras, José Luiz
Marcusso.
Segundo ele, o atraso para a entrada em operação das plataformas P-43, P-48 e P-50 também
contribuiu para a queda de produção de petróleo. As três plataformas terão capacidade de produzir o equivalente a 480 mil barris diários, no total.
A média diária de produção da
bacia de Campos no primeiro semestre 2004 caiu para 1,18 milhão
de barris diários. No mesmo período do ano passado, a média
diária havia alcançado 1,26 millhão de barris.
"Politização"
Na avaliação do especialista em
petróleo da consultoria CBIE
(Centro Brasileiro de Infra-Estrutura) Adriano Pires, o atraso deve-se à "politização" da Petrobras,
que torna as decisões de investimento mais lentas.
"Na hora em que politiza o assunto, retarda. O enfoque, que deveria ser empresarial, passa a ser
político. Sempre houve um viés
político na Petrobras, mas esse
processo se exacerbou no governo Lula", afirmou.
Pires acrescentou que a introdução da exigência mínima de
conteúdo nacional nas contratações de serviços e na compra de
equipamentos colaborou para os
atrasos.
O gerente da Petrobras, no entanto, nega qualquer relação com
a mudança nas licitações da empresa. Segundo ele, nenhuma das
três plataformas com cronograma em atraso tem contratos com
tal exigência. Duas delas estão
sendo construídas em Cingapura,
e não no Brasil. A P-43 e a P-48 estão com previsão para começar a
produzir no último trimestre deste ano. Já a P-50 deve entrar em
operação no ano que vem.
Marcusso disse ainda que a produção da bacia está se recuperando e que espera que a produção
nacional de petróleo feche 2004
igual à de 2003. "Nossa expectativa é que a produção diária deste
ano fique de 1,54 milhão a 1,55 milhão de barris", disse.
Na bacia de Campos, ele prevê
uma produção de 1,245 milhão de
barris diários neste ano. Em 2003,
a média diária foi de 1,252 milhão
de barris.
Segundo o executivo, a Petrobras está mais rigorosa com a segurança de suas operações, o que
pode justificar tantas paradas
programadas. "É natural para
uma empresa que tem sistemas
complexos, de grande porte, que
isso aconteça", disse.
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