São Paulo, sexta-feira, 03 de agosto de 2007

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Genéricos crescem 44% em faturamento até junho

Mercado farmacêutico total teve avanço de 18,4%

DENISE BRITO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O segmento de medicamentos genéricos fechou o primeiro semestre do ano com alta de 23,2% no volume de vendas, ante 5% de crescimento do mercado farmacêutico total. Em faturamento, a elevação foi de 44,5%, atingindo US$ 681,4 milhões de janeiro a junho, contra alta de 18,4% do mercado total, que movimentou US$ 5,5 bilhões no mesmo período.
Os dados são do instituto IMS Health, que audita o mercado farmacêutico no Brasil e em outros países do mundo.
O desempenho atende às expectativas dos fabricantes, que estimam um crescimento de 25% em 2007. "Como no segundo semestre sempre há um resultado melhor que o primeiro, acreditamos que chegaremos a esse índice com tranqüilidade", afirma Odnir Finotti, vice-presidente da Pro-Genéricos, associação dos principais fabricantes do setor.
Segundo ele, o segmento representa hoje, na média, cerca de 40% do faturamento dos laboratórios, variando de 20% a 80% conforme o port-fólio de produtos de cada empresa.
"Até há pouco tempo, os analgésicos e antiinflamatórios predominavam, mas hoje vemos uma evolução muito grande no uso de medicamentos de uso contínuo, como os de tratamento de hipertensão, diabetes e colesterol alto", afirma Raquel Rizzi Grecchi, presidente do CRF-SP (Conselho Regional de Farmácia de São Paulo).
Lideram o ranking das vendas os coadjuvantes para emagrecimento (sibutramina), para dores de estômago (omeprazol), para abaixar o nível de colesterol (sinvastatina), antibiótico (amoxicilina) e regulador de pressão arterial (captopril).
Considerando o resultado do mês de junho, a categoria atingiu uma participação de mercado de 16,4%. "Em três anos devemos chegar a uma participação de 30%", estima Finotti. Em países como Estados Unidos e Inglaterra, essa fatia é de 60% e 70%, respectivamente.
Os números do setor são muito positivos, na opinião de Pedro Bernardo, da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). "A evolução dos dados demonstra que a entrada dos genéricos desencadeou um processo de desconcentração do poder de mercado. Prova disso é que hoje os quatro maiores fabricantes são empresas nacionais", afirmou.
A fabricação de genéricos foi iniciada com a lei nš 9.787, de 1999, para incentivar a concorrência e a conseqüente redução de preços e ampliar o acesso da população aos tratamentos de saúde. A lei determina que ele deve custar no mínimo 35% menos que o medicamento de referência, ter mesmo princípio ativo, mesma dose, indicação terapêutica e forma de administração ao paciente.


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