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Genéricos crescem 44% em faturamento até junho
Mercado farmacêutico total teve avanço de 18,4%
DENISE BRITO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O segmento de medicamentos genéricos fechou o primeiro
semestre do ano com alta de
23,2% no volume de vendas,
ante 5% de crescimento do
mercado farmacêutico total.
Em faturamento, a elevação foi
de 44,5%, atingindo US$ 681,4
milhões de janeiro a junho,
contra alta de 18,4% do mercado total, que movimentou US$
5,5 bilhões no mesmo período.
Os dados são do instituto
IMS Health, que audita o mercado farmacêutico no Brasil e
em outros países do mundo.
O desempenho atende às expectativas dos fabricantes, que
estimam um crescimento de
25% em 2007. "Como no segundo semestre sempre há um
resultado melhor que o primeiro, acreditamos que chegaremos a esse índice com tranqüilidade", afirma Odnir Finotti,
vice-presidente da Pro-Genéricos, associação dos principais
fabricantes do setor.
Segundo ele, o segmento representa hoje, na média, cerca
de 40% do faturamento dos laboratórios, variando de 20% a
80% conforme o port-fólio de
produtos de cada empresa.
"Até há pouco tempo, os
analgésicos e antiinflamatórios
predominavam, mas hoje vemos uma evolução muito grande no uso de medicamentos de
uso contínuo, como os de tratamento de hipertensão, diabetes
e colesterol alto", afirma Raquel Rizzi Grecchi, presidente
do CRF-SP (Conselho Regional
de Farmácia de São Paulo).
Lideram o ranking das vendas os coadjuvantes para emagrecimento (sibutramina), para dores de estômago (omeprazol), para abaixar o nível de colesterol (sinvastatina), antibiótico (amoxicilina) e regulador
de pressão arterial (captopril).
Considerando o resultado do
mês de junho, a categoria atingiu uma participação de mercado de 16,4%. "Em três anos devemos chegar a uma participação de 30%", estima Finotti.
Em países como Estados Unidos e Inglaterra, essa fatia é de
60% e 70%, respectivamente.
Os números do setor são
muito positivos, na opinião de
Pedro Bernardo, da Anvisa
(Agência Nacional de Vigilância Sanitária). "A evolução dos
dados demonstra que a entrada
dos genéricos desencadeou um
processo de desconcentração
do poder de mercado. Prova
disso é que hoje os quatro
maiores fabricantes são empresas nacionais", afirmou.
A fabricação de genéricos foi
iniciada com a lei nš 9.787, de
1999, para incentivar a concorrência e a conseqüente redução
de preços e ampliar o acesso da
população aos tratamentos de
saúde. A lei determina que ele
deve custar no mínimo 35%
menos que o medicamento de
referência, ter mesmo princípio ativo, mesma dose, indicação terapêutica e forma de administração ao paciente.
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