Os paulistanos estão mais informados sobre os índices de inflação neste ano do que no ano passado. De acordo com uma sondagem da H2R Pesquisas Avançadas, o percentual de pessoas que conhecem a previsão de inflação para 2008 mais que dobrou entre os que sabem quanto fechou o índice em 2007: passou de 7% para 16%.
Apesar de o percentual de paulistanos informados sobre a inflação continuar baixo, o presidente da H2R, Rubens Hannun, explica que o resultado aponta para uma tendência no crescimento do interesse pelo tema. "A preocupação com a inflação não vinha acontecendo, e as pessoas estavam animadas com a economia. Agora, elas estão prestando mais atenção nesse fator", afirma.
Para ele, a percepção do tema pela população impacta a disposição ao consumo. "No momento em que as pessoas começam a ficar mais preocupadas com a inflação, elas puxam o breque de mão do consumo."
Segundo a pesquisa, o grau de informação sobre os índices varia entre pessoas de diferentes classes sociais, idade e gênero. Para Hannun, o conhecimento dos dados sinaliza uma maior preocupação com a inflação.
Enquanto apenas 6% das pessoas entre 18 e 25 anos estão informadas sobre a projeção da inflação para 2008, 39% das que têm entre 51 e 65 anos conhecem o dado. Para o presidente da H2R, a memória do passado econômico do Brasil, com altos índices inflacionários nos anos 80 e 90, explica uma maior preocupação com a inflação entre mais velhos e um maior desconhecimento sobre o tema entre os jovens.
Na comparação por gênero, os homens estão mais bem informados que as mulheres -20% deles conhecem a projeção da inflação para este ano, ante 11% delas. "Os homens estão mais integrados em profissões que discutem esse tipo de informação [inflação]. As mulheres sentem mais na prática, quando vão ao supermercado. Mas na prática a sensibilidade às vezes demora mais", diz Hannun.
Apesar de economistas afirmarem que as pessoas de baixa renda sentem a inflação de modo mais forte que as de maior poder aquisitivo, a pesquisa da H2R mostra que as últimas se preocupam mais em conhecer os índices de preço.
A classe B é a mais bem informada sobre a inflação (25%), seguida da classe A (22%). O percentual de pessoas das classes C e D que sabiam a projeção de inflação neste ano foi de 13% e 5%, respectivamente. "As pessoas das classes A e B são as mais informadas e discutem mais o tema", justifica Hannun.
Para realizar a pesquisa, a H2R entrevistou pessoalmente 450 pessoas na cidade de São Paulo, entre 3 e 9 de julho.

EM CASA

FAIXA ETÁRIA DE 31 A 40 ANOS É A QUE MAIS FINANCIA IMÓVEL

A faixa etária de 31 a 40 anos é a que mais fecha contratos para compra da casa própria, segundo pesquisa da Caixa Econômica Federal. Até junho, foram realizadas 113 mil contratações, contra 115.013 no ano passado. Teotônio Resende, consultor da vice-presidência de governo da Caixa, diz que, apesar do predomínio da faixa etária de 31 a 40 anos, historicamente o crescimento é maior para as pessoas até 30 anos -desde 1997, o avanço desse público foi de 969%. "Agora, as famílias, logo que se formam, tendem a optar pelo financiamento da casa própria", diz Resende.

NA MINA
A Fiesp firma protocolo para a mineração, no dia 19, com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente. O documento propõe regras mais claras para o setor e parâmetros para licença ambiental.

PICADEIRO
A Anglo American Brasil, do mercado de níquel, nióbio e fosfato, investiu R$ 2 milhões neste ano em projetos pela Lei Rouanet. Entre eles, estão um espetáculo do Circo Roda Brasil e o projeto Ciência Móvel da FioCruz.

LUXO
A Patrimar, focada no padrão luxo, construirá residencial na região do Shopping Galleria, em Campinas.

PERFUME
O setor de cosméticos e higiene pessoal espera superar na Estétika 2008, feira internacional de beleza, em 40% os R$ 200 milhões de negócios que foram gerados no ano passado. Em um evento simultâneo, pesquisadores apresentam as novidades da área no 16º Congresso Científico Internacional de Estética, promovido pela revista "Les Nouvelles Esthétiques", entre 7 e 10 de agosto, no Anhembi, na capital paulista.

Sergio Watanabe assume sindicato da construção civil

O empresário Sergio Watanabe, da Simétrica Engenharia, assume na terça a presidência do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo). Watanabe considera a alta da inflação e o aumento dos juros os principais desafios para o crescimento do setor. "O aumento do juro não muda o desempenho da construção civil em 2008 porque as obras já estão contratadas e em execução, mas deverá reduzir o crescimento do setor em 2009", diz. A estimativa de crescimento, neste ano, é de 10%. O presidente eleito do SindusCon-SP afirma que governo também deve fazer a sua parte para enfrentar o problema da inflação. "O governo continua a aumentar gastos correntes e deixa para o Banco Central a tarefa de aumentar juros. Essas duas ações são contraproducentes porque, de um lado, o governo está abrindo a torneira, e, do outro, o BC tenta fechá-la", diz o representante do setor. Para Watanabe, o mais adequado é que o governo reduza os gastos e, assim, mantenha o aquecimento da economia. "Isso faria com que a inflação recuasse e voltasse à meta, que é a intenção do governo e da sociedade", afirma Watanabe.

com JOANA CUNHA, VERENA FORNETTI e MARINA GAZZONI


Próximo Texto: Boom agrícola não traz salto de qualidade à exportação
Índice