São Paulo, domingo, 03 de agosto de 2008

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Ex-office-boy, operador dá as boas-vindas em supermercado

DA REPORTAGEM LOCAL

Há dez meses, Danilo Ferreira da Silva, 22, sai de casa às 13h30 e anda por 40 minutos até a loja do Sonda do shopping Boa Vista, onde trabalha como operador das 15h às 23h. Ele tem perda motora do lado direito do corpo por uma febre alta que teve quando era bebê.
Bem-humorado, ele diz que foi a rede que o achou "e isso foi maravilhoso", pois agora tem registro na carteira de trabalho e plano de saúde. "Como me acharam? Tem uma moça que trabalha no RH da empresa que é parente de uma ex-professora minha de português, que conhece minha tia", conta ele.
Silva faz parte do grupo de 80 pessoas deficientes contratadas recentemente pela rede para cumprimento de lei que obriga as empresas a terem em seu quadro de pessoal pessoas com deficiência -o percentual varia de 2% a 5% sobre o total de funcionários.
O operador de supermercado diz que faz trabalho geral na loja. "Ajudo no caixa, faço conferência de estoque e valorizo o atendimento ao cliente. Falo para os clientes "bom dia", "boa tarde" e "sejam bem-vindos". Só isso já faz o consumidor se sentir bem dentro da loja", diz.
Antes de trabalhar na loja do Sonda, Silva fazia bicos como office-boy. "As empresas ligavam na minha casa e me pediam um serviço. Também cheguei a trabalhar com crianças por dois anos, ajudando com leitura. Agora tenho salário fixo de R$ 610 por mês", diz.
Para o operador de supermercado, o deficiente tem espaço para trabalhar em qualquer empresa. "Eu conquistei o meu espaço." Além de trabalhar, Silva faz curso técnico de administração, de inglês e de informática. (FF)


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