da Reportagem Local

Para chegar ao valor de R$ 2,007 bilhão movimentado pela Internet brasileira, a Folha usou várias fontes: pesquisa Datafolha sobre número de usuários, Fenasoft, Embratel e agências de publicidade.
O cálculo sobre a comercialização de computadores foi baseado em pesquisa da Fenasoft. Segundo ela, foram vendidos 1,6 milhão de micros no país entre 1997 e 1998 -a metade deles com o objetivo principal de conectar seus donos à Internet.
Multiplicando-se essas 800 mil máquinas pelo preço médio de R$ 1.500,00 chegou-se ao valor de R$ 1,2 bilhão em vendas de computadores para conexão com a rede mundial de computadores.
O faturamento dos provedores de acesso foi estimado com base no total de pessoas conectadas à Internet revelado pela pesquisa Datafolha: 2,121 milhões.
Multiplicou-se esse número pela mensalidade mínima cobrada pelas empresas, de R$ 20,00. O número anualizado somou R$ 509 milhões.
Há uma ressalva: nem todas as pessoas conectadas à rede pagam essa mensalidade. Acadêmicos, alunos de escolas com conexão à Internet e usuários que aproveitam campanhas de acesso gratuito se enquadram nessa categoria.
Porém, essa perda de receita é compensada pelo grande número de usuários que se conectam à rede por uma ou mais horas diariamente. Essas pessoas excedem o limite de horas fornecido pela tarifa básica e pagam por esse tempo a mais de conexão.
Pulsos telefônicos
O gasto dos usuários com pulsos telefônicos (a maioria se liga à Internet através de acesso discado) foi calculado pelo número de linhas que, segundo a Embratel, estão em poder dos provedores de acesso: 37,5 mil.
O tempo de uso dessas linhas foi estimado em 30% do dia (um percentual conservador). Multiplicando-se esses fatores ao longo de um ano, e depois convertendo o tempo gasto em pulsos telefônicos, chegou-se ao valor de R$ 118 milhões.
Para os gastos com publicidade foi usada uma estimativa da McCann Erickson, segundo a qual a Internet absorve 0,5% da receita publicitária nacional, de US$ 11 bilhões (R$ 12,782 bilhões). Ou seja: R$ 63,9 milhões.
O faturamento da Embratel para fazer a ligação entre os provedores de acesso e a Internet foi também estimado (R$ 68 milhões), já que a estatal, antes de ser privatizada, não liberava informações sobre esse tema.
O cálculo foi feito multiplicando-se o número de "portas" da Embratel para provedores privados (1.500) por um preço médio cobrado pela empresa.



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