São Paulo, terça-feira, 03 de setembro de 2002

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COMÉRCIO EXTERIOR

Exportações caem menos que importações e levam país a registrar US$ 1,57 bi de saldo positivo em agosto

Superávit comercial é o maior desde 1990

MARIANA MAINENTI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 1,575 bilhão em agosto. Enquanto as exportações ficaram em US$ 5,751 bilhões no mês, as importações somaram US$ 4,176 bilhões.
O superávit foi o mais alto desde maio de 1990, quando o saldo da balança ficou em US$ 1,698 bilhão. No ano, a balança já acumula superávit de US$ 5,378 bilhões.
O bom desempenho, porém, vem mais da queda das importações do que do aumento das exportações. Nos oito primeiros meses deste ano, as exportações registraram queda de 6,5% e as importações ficaram 18,5% menores, sempre em relação ao mesmo período de 2001. Entre janeiro e agosto do ano passado, o superávit foi de US$ 666 bilhões.
De janeiro e agosto, as exportações somaram US$ 37,026 bilhões e as importações, US$ 31,648 bilhões (superávit de US$ 5,378 bilhões). Esse foi o melhor resultado registrado em períodos equivalentes desde 1994, quando as exportações superaram em US$ US$ 9,507 bilhões as importações.
A queda nas importações reflete a redução no nível de atividade econômica. O governo prevê obter um superávit de US$ 7 bilhões na balança comercial deste ano. Em agosto, a média diária das exportações cresceu 5% no mês em relação ao mesmo mês de 2001. Já as importações, caíram 14,4%.
"A queda nas importações em agosto, de 14,4%, é bem menor do que a acumulada no ano, que está em 18%", afirmou o secretário-adjunto de comércio exterior, Ivan Ramalho. Ele destacou também o fato de o crescimento nas exportações em agosto ter ocorrido de maneira diversificada.
"A exportação cresceu em todos os grupos de produtos e também para todos os blocos econômicos. Isto pode indicar sustentabilidade do crescimento das exportações", afirmou. Até mesmo para a Argentina houve crescimento de 17,8% nas exportações no mês de agosto em relação ao mês de 2001, segundo o secretário.
Ele lembrou o peso da Argentina na queda das exportações brasileiras deste ano. Excluindo-se as relações comerciais com o país vizinho, as vendas externas brasileiras teriam caído apenas 0,7% nos oitos primeiros meses do ano. Mas, diante da queda de 62% nas vendas para a Argentina, as exportações caíram 6,5%.
Comparado com agosto de 2001, as exportações de produtos básicos no mês passado aumentaram 12,9% no mês; as de produtos semimanufaturados, 9,1%; e as de manufaturados, 7,5%.
Entre os produtos básicos, a maior expansão aconteceu nas exportações de petróleo bruto (271,5%). Nos semimanufaturados, o maior aumento foi na exportação de celulose (91,9%).
Sobre a retomada do crédito à exportação, Ramalho também mostrou-se otimista. Disse que já manteve contatos com exportadores que mostram que, nos últimos dias, houve uma melhora.


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