São Paulo, terça-feira, 03 de setembro de 2002

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MERCADO FINANCEIRO

Pregões têm volume reduzido de operações; dólar aumenta 1,69%, Bolsa cai 0,03% e juros sobem

Feriado nos EUA esvazia negócios no Brasil

DA REPORTAGEM LOCAL

O feriado do Dia do Trabalho nos Estados Unidos esvaziou ontem os negócios no mercado doméstico. Com o baixo volume de operações concluídas, qualquer uma delas, por menor que fosse, definiria a alta ou a baixa dos índices. O dólar subiu 1,69% e encerrou o dia valendo R$ 3,061.
A alta não causou preocupação entre os analistas, pois foi atribuída à baixa liquidez. Além disso, como a moeda acumulou baixa de 3,2% na semana passada, uma valorização era esperada ontem. O Banco Central optou por cancelar um leilão de linha externa. No fim da semana passada, a operação não foi realizada por dois dias devido à falta de demanda.
Na sexta-feira, o BC anunciou novas regras para as operações, que passam a vigorar hoje. O BC vai permitir que instituições financeiras não-cadastradas com a autoridade monetária tenham acesso às linhas de crédito para exportação por meio dos "dealers" (bancos autorizados a operar com o BC)
A Bolsa de Valores de São Paulo encerrou o dia com alteração pequena em relação ao fechamento da sexta-feira. O Ibovespa caiu 0,03%, para 10.378 pontos. O indicador operou sem acompanhar a sinalização das Bolsas norte-americanas, fechadas, o que esvaziou o pregão. O giro financeiro foi baixo, de R$ 347,065 milhões.
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), as projeções para os juros acompanharam o comportamento dos outros mercados. Os contratos para janeiro de 2003, que concentram o maior número de negócios, passaram de 19,76% para 19,92%.
De acordo com os analistas, a partir de hoje o dólar deverá retomar sua tendência de baixa.
Como ontem foi um dia atípico, não houve tempo para o mercado repercutir o crescimento de José Serra (PSDB) nas pesquisas eleitorais. "Se hoje [ontem" tivesse sido um dia normal, sem o feriado nos EUA, acredito que o dólar teria caído", afirma Alan Gandelman, da corretora Ágora Sênior.
Serra é o candidato do mercado por ser associado à continuidade da atual política econômica.
O mercado espera que o dólar mais barato possibilite ao BC fazer uso do viés de baixa adotado na última reunião do Copom e reduza os juros brasileiros em meio ponto percentual antes de seu próximo encontro. A Selic está em 18% ao ano hoje.
(ANA PAULA RAGAZZI)


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