São Paulo, quarta-feira, 03 de setembro de 2008

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Decisão sobre fundo soberano é adiada e fica para outubro

Oposição na Câmara diz que "não há texto para votar"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A votação do projeto que cria o Fundo Soberano do Brasil empacou de vez na Câmara dos Deputados. Ontem, depois de horas de discussão, os líderes dos principais partidos da base aliada e da oposição não chegaram a um consenso sobre o texto final que estabelece a criação do fundo -instrumento usado para aplicar receitas extras do governo federal no exterior. Com isso, a discussão do tema deverá ficar para outubro, depois das eleições.
"A oposição não quer votar o fundo, mas ainda não definimos se vamos retirar o pedido de urgência", disse o deputado Maurício Rands (PE), líder do PT. "Se o governo insistir na urgência não votaremos mais nada", disse José Carlos Aleluia (DEM-BA), explicando que o projeto, do ministro Guido Mantega (Fazenda), é o quinto item da pauta que está bloqueando as votações na casa.
Segundo Aleluia, o principal problema é que não há um texto para ser colocado em votação. "Vamos votar o projeto, mas não há texto para votar e nenhum partido tem como construir um até amanhã."
O deputado afirmou que, da forma como o projeto foi encaminhado, é impossível avançar na discussão. "O país não tem superávit nominal [receitas suficientes para cobrir com folgas as despesas, incluindo os gastos com juros] e o governo vai tomar dinheiro emprestado no mercado a 13% ao ano para aplicar no exterior a 5% ao ano", disse. "Isso tem que ter governança definida e não o ministro da Fazenda ser o imperador do fundo, fazendo o que quiser, na hora que quiser."


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