|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Governo já vê alta de 1% do PIB neste ano
Planalto recebe informação de que expansão da economia no 2º trimestre foi melhor que o esperado por governo e analistas
Lula planeja fazer reunião com empresários e sindicalistas para festejar saída da crise e espera dividendos eleitorais
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu informação
oficial de que o resultado do
PIB (Produto Interno Bruto)
no segundo trimestre surpreendeu e já permite a projeção de crescimento da economia em 2009. A expectativa é
de um aumento de cerca de 1%
do PIB neste ano na comparação com 2008. Já os analistas
de mercado preveem alta de
0,3% do PIB no ano.
Segundo um auxiliar direto
do presidente, o resultado do
PIB no segundo trimestre,
comparado ao número do primeiro trimestre, mostrará uma
recuperação acima das expectativas do governo e da iniciativa privada. O IBGE divulgará o
PIB trimestral no dia 11.
Com a informação sobre o segundo trimestre e a projeção de
crescimento no ano, Lula fará
uma cerimônia oficial com os
empresários para afirmar que
"o Brasil já pode dizer que venceu a crise", segundo as palavras de um ministro. O governo
chegou a temer PIB negativo
(retração) neste ano.
Lula quer usar o bom desempenho econômico como munição contra a oposição, vendendo a imagem de que passou no
teste de gestor durante a mais
forte crise global desde 1929.
O governo deverá fazer uma
reunião do chamado Conselhão, grupo que reúne empresários e sindicalistas, para dizer
que o Brasil saiu da crise um
ano após seu início. A data levada em conta para o evento é a da
quebra do banco de investimento dos EUA Lehman Brothers, 15 de setembro de 2008,
que detonou a crise global.
A reunião do Conselhão
acontecerá provavelmente no
Itamaraty, em Brasília. Mas há
chance de ocorrer em São Paulo. Segundo a Folha apurou,
Lula deseja uma reunião de caráter festivo, na qual empresários reconheceriam que medidas adotadas pelo governo minimizaram o impacto da crise.
Todo o discurso do governo,
segundo um auxiliar de Lula, é
tentar mostrar que o Brasil teria sido um dos últimos países a
entrar na crise e um dos primeiros a sair. Lula tem dito
exatamente isso nos últimos
dias.
"O Brasil está vivendo um
momento importantíssimo. Há
a proposta de um novo marco
regulatório do petróleo num
momento em que os empresários dizem que o Brasil passou
a navegar em águas mais tranquilas", diz o ministro das Relações Institucionais, José Múcio. O Conselhão é coordenado
por Múcio.
Na reunião do Conselhão, o
ministro da Fazenda, Guido
Mantega, deverá fazer uma exposição com dados da economia brasileira. Há a possibilidade de que o presidente do
Banco Central, Henrique Meirelles, também possa falar, caso
não haja colisão com sua agenda internacional. A cerimônia
do Conselhão faz parte da estratégia de estimular uma
agenda positiva após o período
mais agudo da crise econômica
e do desgaste político pelo
apoio do governo à manutenção de José Sarney (PMDB-AP) na presidência do Senado.
Dividendos políticos
Lançada a proposta de nova
Lei do Petróleo, o governo acredita que a notícia de bom desempenho econômico no segundo trimestre e a expectativa
positiva para o segundo semestre de 2009 trarão dividendos
políticos.
Lula acredita que esses fatos
poderão fazer a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, crescer nas pesquisas sobre a sucessão presidencial. No mais recente levantamento do Datafolha, Dilma marcou 16% na pesquisa publicada em 16 de agosto. O presidente gostaria de
chegar à marca dos 20 pontos
percentuais até o final do ano.
A ministra vinha crescendo
de março de 2008 ao final de
maio de 2009. Saiu de 3% para
16% no período, mas repetiu o
último índice em agosto. Líder
nas pesquisas, o oposicionista e
governador de São Paulo, José
Serra (PSDB), obteve 37% na
mesma pesquisa.
Texto Anterior: Mercado Aberto Próximo Texto: Banco Central para corte dos juros e já estuda reduzir liquidez Índice
|