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Divergências ameaçam plano europeu anticrise
Após críticas, Sarkozy nega plano de US$ 418 bi
MARCELO NINIO
DE GENEBRA
A União Européia confirmou
para amanhã uma reunião de
emergência para discutir a crise financeira, mas o esperado
plano de ação coordenada corre o risco de ser diluído pelas
divergências entre os países
membros. O governo francês,
que será o anfitrião da minicúpula, praticamente voltou atrás
na proposta de um fundo europeu, depois que a idéia foi atacada por todos os lados.
A criação de um fundo com
dinheiro público para resgatar
bancos em apuros foi mal recebida em vários países europeus.
Em particular na Alemanha,
principal economia do continente, e que entraria com a
maior fatia do bolo. "A Alemanha não dará um cheque em
branco aos bancos", disse a premiê Angela Merkel.
A polêmica teve origem em
uma entrevista publicada ontem por um jornal alemão, na
qual a ministra das Finanças da
França, Christine Lagarde, sugere o fundo como uma "rede
de proteção européia" para evitar a quebra de bancos em países menores, que não têm condições de articular um resgate
próprio. Segundo fontes européias, a França estimava que o
fundo teria 300 bilhões de euros (US$ 418 bilhões).
A resistência da Alemanha à
idéia logo ganhou a adesão de
outros países. O premiê de Luxemburgo, Jean-Claude Juncker, disse estar "muito aliviado" com a aprovação pelo Senado americano do plano de US$
700 bilhões para assumir os
chamados "papéis podres" de
bancos, mas não como um modelo a ser seguido. "Não vejo
necessidade para termos um
programa similar na Europa."
Diante do tumulto criado, o
presidente francês, Nicolas
Sarkozy, negou a idéia do plano
bilionário. "Nego tanto a quantia como o princípio."
A única voz a favor do suposto fundo que a França pensou
em propor partiu da Holanda.
O governo holandês propõe
que cada um dos 27 países da
UE reserve 3% de seu PIB à
criação do fundo para ajudar
bancos em dificuldades.
O premiê britânico, Gordon
Brown, não espera negociar em
Paris um plano de resgate europeu. "O objetivo é discutir como as quatro grandes economias da Europa estão reagindo
à crise", disse seu porta-voz.
Com agências internacionais
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