São Paulo, sábado, 03 de novembro de 2007

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Em crise financeira, BRA precisa de US$ 30 milhões

Funcionários da empresa temem por demissões

MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL

A BRA, em crise financeira e com problemas para pagar fornecedores, precisa de cerca de US$ 30 milhões para voltar a operar no azul. Segundo a Folha apurou, a companhia aérea vem mantendo teleconferências diárias com o grupo de fundos que investiu na empresa, em 2006, na tentativa de conseguir um novo aporte.
A companhia tinha 4,6% dos vôos domésticos em setembro deste ano, mas a perspectiva é de queda, já que uma nova malha foi apresentada à Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), que regula o setor aéreo. Os vôos serão adequados à sua frota de aviões, reduzida de 10 em operação para 5 após o início das dificuldades financeiras. Bancos que haviam se comprometido a fornecer crédito para a companhia voltaram atrás, e a BRA ficou sem capital de giro.
Um dos fundos de maior participação na empresa, o Darby Investments, vem liderando as conversas com a empresa, segundo fontes próximas às negociações. No final do ano passado, a Brazil Air Partners, que tem sócios como a Gávea, administradora de recursos do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, entre outros fundos de investimento, anunciou a compra de parte da BRA. A entrada dos fundos foi divulgada, à época, como o início de uma gestão profissional.
Consultores foram contratados pelos novos investidores, mas tiveram dificuldade em conseguir informações e fazer mudanças na empresa por causa da resistência do ex-presidente Humberto Folegatti, que teve a saída confirmada na última quinta-feira. Especialistas afirmam que os fundos chegaram a investir cerca de US$ 70 milhões, mas tinham relação difícil com Folegatti, que mantém o controle acionário da companhia.
Para tentar conter a crise, a empresa também estaria preparando um corte de funcionários. Diversos empregados da BRA receberam ligações durante a última semana, para comparecer a uma reunião na segunda-feira, às 10h, na sede da empresa, em São Paulo.
De acordo com uma comissária de bordo, que não quis se identificar, os rumores são de que entre 60 e 100 funcionários serão cortados. Ela conta que foi contratada em setembro, mas há dez dias não é mais escalada para nenhum vôo. "Toda turma que entrou comigo, cerca de 30 pessoas, está na mesma situação. O clima está bem pesado na empresa."


Com MARINA FALEIROS , colaboração para a Folha


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