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Banco afirma que o cliente conhecia riscos
DA REPORTAGEM LOCAL
O Banco Itaú afirma que o
contrato feito com a Damarfe Produtos Químicos foi assinado pelo dono da empresa
João Resio, que sabia do risco da operação, tanto que recebeu várias simulações de
como ficaria sua dívida em
decorrência da variação do
dólar.
Para o Itaú, a Damarfe não
é considerada um cliente de
pequeno porte e sem conhecimento de risco cambial. O
banco informa que a empresa faz importação de produtos químicos e que, portanto,
conhece o risco cambial e financeiro aos quais o seu negócio está submetido.
O Itaú afirma que enviou
por e-mail, no dia 15 de agosto, 20 simulações diferentes
do comportamento da dívida
de seu cliente para cenários
com o dólar cotado a R$ 1,61
até R$ 1,81.
Afirma ainda que mantém
a gravação de todos os contatos telefônicos que teve com
o cliente e que poderá utilizar essa gravação em sua defesa se o caso for levado à
Justiça.
O banco diz também que
os mesmos clientes que hoje
reclamam da operação cambial ficaram calados quando
essas mesmas operações
trouxeram lucros, como
aconteceu nos quatro anos
em que a cotação do dólar teve trajetória descendente em
relação ao real.
"Todas as operações de
crédito passam por nosso comitê de risco, que analisa inclusive a capacidade de pagamento do cliente", afirma o
banco por meio de nota.
O Itaú informa que fechou
esse tipo de contrato firmado
com a Damarfe com pouco
mais de 300 empresas que
participam do chamado
"middle market" e que cerca
de 300 dessas empresas estão "exercendo a operação"
(estão pagando as dívidas)
por conta da alta do dólar
-isto é, estão em negociação
com o banco.
O banco afirma que "oferece produtos de derivativos"
de várias naturezas aos clientes, procurando atendê-los
em suas necessidades de
"hedge" [proteção], em função das características de
suas atividades.
"A aprovação do crédito
para uma operação de derivativos é submetida à comissão de crédito do banco, que
analisa a capacidade de o
cliente liquidar o contrato,
inclusive em situações de estresse. As operações efetuadas junto a clientes são imediatamente neutralizadas
junto à BM&F, de modo a eliminar os riscos de mercado",
afirma o Itaú em nota.
"Essas operações são ofertadas e vendidas aos clientes
com total transparência,
dando-lhes todas as informações necessárias através
de materiais explicativos, simulações, visitas, a fim de
que tenham a clara noção
dos riscos. Os clientes encontram nestas operações
importante instrumento para a redução de custos em
seus financiamentos", diz o
banco.
(TS e FF)
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