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AVIAÇÃO
Joint venture com chineses montará aviões já em 2003
Embraer acerta negócio na China e terá sua 1ª fábrica no exterior
JOSÉ ALAN DIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
A Embraer assinou ontem contrato com a Avic 2 (China Aviation Industry Corporation 2) que
permitirá à fábrica brasileira de
aviões instalar sua primeira linha
de montagem fora do país.
A companhia formará uma
joint venture com a Harbin Aircraft Industry Group e a Hafei
Aviation Industry -subsidiárias
da Avic 2. A nova empresa, a ser
constituída com um capital de
US$ 25 milhões, será controlada
pela Embraer, que terá 51% das
ações. Os 49% restantes estarão
de posse dos parceiros chineses.
Maurício Botelho, presidente da
Embraer, informou que tentará
obter do BNDES (Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico
e Social) financiamento para o desembolso dos US$ 12,75 milhões
(a parte que corresponde à empresa nos 51% do capital). "É de
nosso interesse obter o financiamento, mas a instalação da fábrica independente disso."
O vice-presidente do BNDES,
Isaac Zagury, admitiu a possibilidade de o banco conceder à Embraer empréstimo para a instalação da fábrica na China.
As instalações da Harbin Embraer Aircrafty (nome da empresa) começarão a ser erguidas em
fevereiro, em Harbin, capital da
Província de Heilongjiang.
A produção teria início ao final
do primeiro semestre, e o primeiro avião seria entregue em dezembro de 2003. Serão fabricados
aviões da família ERJ 145 (incluído os modelos ERJ 135, 140 e 145),
que tem capacidade para transportar entre 37 e 50 passageiros.
A unidade deverá montar 12
aviões no primeiro ano de funcionamento (o que representa menos de 10% da produção atual da
Embraer, que tem prevista a entrega que 148 aeronaves em 2003).
Constituída para atender apenas ao mercado chinês, a nova fábrica não tem nenhuma encomenda, como admitiu Botelho.
A Embraer chegou ao mercado
chinês em 2000, com a venda de
cinco aeronaves à Sichuan Airlines. A instalação de uma fábrica
foi uma forma encontrada pela
Embraer para não perder terreno
depois que o governo chinês decidiu aplicar taxa de 22% para a importação de aviões regionais.
De acordo com estimativas da
Embraer e de sua principal concorrente, a canadense Bombardier, o mercado da China pode
absorver cerca de 300 jatos regionais nos próximos dez anos.
Assim como as companhias de
aviação, as fabricantes foram afetadas pela retração na economia
mundial e pelos efeitos dos atentados de 11 de setembro de 2001.
Nos nove primeiros meses deste
ano, o lucro da Embraer caiu de
R$ 809,6 milhões para R$ 530,6
milhões. De janeiro a setembro,
entregou 93 aeronaves. Em igual
período do ano passado, somavam 129. Mais: teve que adiar a
entrega de seu novo jato, o 170 (70
passageiros), devido a problemas
de desenvolvimento do modelo.
Colaborou a Folha Vale
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