São Paulo, terça-feira, 03 de dezembro de 2002

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AVIAÇÃO

Joint venture com chineses montará aviões já em 2003

Embraer acerta negócio na China e terá sua 1ª fábrica no exterior

JOSÉ ALAN DIAS
DA REPORTAGEM LOCAL

A Embraer assinou ontem contrato com a Avic 2 (China Aviation Industry Corporation 2) que permitirá à fábrica brasileira de aviões instalar sua primeira linha de montagem fora do país.
A companhia formará uma joint venture com a Harbin Aircraft Industry Group e a Hafei Aviation Industry -subsidiárias da Avic 2. A nova empresa, a ser constituída com um capital de US$ 25 milhões, será controlada pela Embraer, que terá 51% das ações. Os 49% restantes estarão de posse dos parceiros chineses.
Maurício Botelho, presidente da Embraer, informou que tentará obter do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) financiamento para o desembolso dos US$ 12,75 milhões (a parte que corresponde à empresa nos 51% do capital). "É de nosso interesse obter o financiamento, mas a instalação da fábrica independente disso."
O vice-presidente do BNDES, Isaac Zagury, admitiu a possibilidade de o banco conceder à Embraer empréstimo para a instalação da fábrica na China.
As instalações da Harbin Embraer Aircrafty (nome da empresa) começarão a ser erguidas em fevereiro, em Harbin, capital da Província de Heilongjiang.
A produção teria início ao final do primeiro semestre, e o primeiro avião seria entregue em dezembro de 2003. Serão fabricados aviões da família ERJ 145 (incluído os modelos ERJ 135, 140 e 145), que tem capacidade para transportar entre 37 e 50 passageiros.
A unidade deverá montar 12 aviões no primeiro ano de funcionamento (o que representa menos de 10% da produção atual da Embraer, que tem prevista a entrega que 148 aeronaves em 2003).
Constituída para atender apenas ao mercado chinês, a nova fábrica não tem nenhuma encomenda, como admitiu Botelho.
A Embraer chegou ao mercado chinês em 2000, com a venda de cinco aeronaves à Sichuan Airlines. A instalação de uma fábrica foi uma forma encontrada pela Embraer para não perder terreno depois que o governo chinês decidiu aplicar taxa de 22% para a importação de aviões regionais.
De acordo com estimativas da Embraer e de sua principal concorrente, a canadense Bombardier, o mercado da China pode absorver cerca de 300 jatos regionais nos próximos dez anos.
Assim como as companhias de aviação, as fabricantes foram afetadas pela retração na economia mundial e pelos efeitos dos atentados de 11 de setembro de 2001.
Nos nove primeiros meses deste ano, o lucro da Embraer caiu de R$ 809,6 milhões para R$ 530,6 milhões. De janeiro a setembro, entregou 93 aeronaves. Em igual período do ano passado, somavam 129. Mais: teve que adiar a entrega de seu novo jato, o 170 (70 passageiros), devido a problemas de desenvolvimento do modelo.


Colaborou a Folha Vale


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