São Paulo, terça-feira, 03 de dezembro de 2002

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VAREJO

Comprador pode "negociar" preço, o que não existe nos supermercados

Feiras atraem mais consumidores

DA REPORTAGEM LOCAL

Em busca de preços mais baixos, os consumidores têm optado pelas compras de legumes e de hortaliças em feiras livres em detrimento dos supermercados.
Nos últimos anos, as feiras livres haviam perdido clientes para as grandes redes de supermercados que, devido ao grande volume comprado, conseguiam oferecer preços promocionais mais competitivos. No entanto, nas últimas semanas, os feirantes têm notado uma reversão nessa tendência.
Segundo estimativas do Sindicato do Comércio Varejista, Feirantes e Vendedores Ambulantes de São Paulo, as vendas têm aumentado 30% na cidade de São Paulo em relação ao mesmo período de 2001. Estima-se que o percentual deve se manter até o final de ano.
As feiras livres conseguem oferecer preços mais atraentes porque há mais espaço para negociação. "O preço das mercadorias nas feiras e nos varejões da Ceagesp é negociado diariamente. Por isso, no conjunto, nossos preços são mais baixos do que o dos supermercados", afirmou Flávio Godas, economista da Ceagesp.
Sobretudo com relação aos produtos que estão em plena safra, as feiras levam vantagem. É o caso da cenoura e do chuchu e de frutas como manga e melancia. No caso da abobrinha, que também está na época, o quilo foi vendido a R$ 0,80, segundo a tabela do último final de semana da Ceagesp.
O tomate é outro produto que teve os preços reduzidos. Há duas semanas, a caixa com 30 quilos era vendida a R$ 35. Hoje, pode ser encontrada a R$ 15. A queda é refletida no preço do produto para o consumidor, que paga, em média, R$ 0,70 por quilo nas feiras livres de São Paulo.

Hora da xepa
"A falta de chuvas e a alta do custo dos insumos estavam por trás dessa alta. Agora os preços se normalizaram", diz Godas.
A hora da xepa (no final da feira, quando os produtos ficam mais baratos) também tem arregimentado um número maior de compradores. Nas feiras da periferia da cidade, 60% a 70% das compras são feitas nesse período (entre 12h e 13h). Em regiões mais nobres da cidade, ainda que timidamente, o hábito também tem se expandido, segundo avaliação dos próprios feirantes.
De acordo com a Secretaria Municipal de Abastecimento de São Paulo, cerca de 900 mil pessoas frequentam diariamente as 867 feiras livres na cidade.


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