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CURTO-CIRCUITO
Para secretário, novo desenho do setor elétrico trará tranquilidade
Governo crê em calma com modelo
SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL
O novo modelo do setor elétrico
será enviado ao Congresso na
próxima semana e deverá "trazer
tranquilidade ao setor", segundo
afirmou ontem o secretário-executivo do Ministério de Minas e
Energia, Maurício Tolmasquim.
"A versão final do modelo foi
feita levando em conta as opiniões
dos agentes do mercado de energia. Os investidores podem ficar
tranquilos de que o marco regulatório não irá contrariar os interesses do setor", disse. Segundo ele, o
mercado financeiro já teria "captado" essa tendência. "Por isso as
ações das empresas de energia
elétrica estão subindo".
Nos últimos 30 dias as ações da
AES Elpa, controladora da Eletropaulo, subiram 429,4%. Só na segunda-feira, a alta foi de 92,9%.
Eletropaulo PN subiu 68% do dia
1º de novembro a 1º de dezembro,
Cataguazes ON subiu 108,6% e
Cerj ON 92,9% no período.
Também as ações da Eletrobrás,
a holding das geradoras estatais,
estão em alta neste ano, segundo o
presidente da empresa, Luiz Pinguelli Rosa. Nos últimos 30 dias o
papel PNB da empresa subiu
10,2% acumulando alta de 83,2%
no ano. "Isso mostra uma disposição dos investidores em apostar
no setor", disse Pinguelli.
Analistas ouvidos pela Folha
atribuem a valorização dos papéis
à uma antecipação, pelo mercado,
do impacto da divulgação do novo modelo. "A proximidade da
regulamentação do setor criou
uma expectativa no mercado de
que as normas para definir os preços da energia elétrica serão, enfim, definidas e isso é positivo para o setor", diz Luiz Marcos Prudêncio, analista de investimentos
da SLW Corretora de Valores.
Segundo Pinguelli, a Eletrobrás
vem sendo procurada por instituições internacionais interessadas em montar operações de captação de recursos para a empresa
no exterior. "Estamos discutindo
com nossa diretoria financeira e
com o ministério da Fazenda para
definir como serão feitas essas
captações no próximo ano."
Segundo Pinguelli, "pelo porte
da Eletrobrás e dos investimentos
necessários, essa captação teria de
ser de, pelo menos, US$ 500 milhões. Mas tudo vai depender do
andamento da economia", disse.
Racionamento
O secretário-executivo de Minas
e Energia afastou a possibilidade
de vir a ocorrer racionamento no
Nordeste, em consequência da estiagem e baixo nível dos reservatórios. "A perda de capacidade da
geração hidráulica está sendo suprida pelas térmicas", disse.
Segundo Tolmasquim, o ONS
(Operador Nacional do Sistema)
já decidiu despachar energia das
termelétricas do PPT (Programa
Prioritário de Termoeletricidade)
para a região. Lançado em 1999, o
programa previa a construção de
mais de 40 usinas termelétricas. O
programa nunca decolou e há
apenas 12 usinas em operação.
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