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Dólar sobe 3% com ação de especulador e vai a R$ 2,392
Bolsa sobe 0,75%; petróleo já caiu US$ 100 desde julho
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O mercado de câmbio destoou do rumo tomado pelas
Bolsas de Valores. O dólar saltou 3,10% diante do real, para
terminar as operações negociado a R$ 2,392, na segunda
maior cotação do ano.
Com o Banco Central fora do
mercado nos últimos dois dias,
o dólar não encontrou resistências para encerrar com alta elevada. Na máxima do dia, alcançou R$ 2,426.
Analistas apontaram que o
fator especulativo deu o tom no
mercado de câmbio ontem,
com investidores à espera da
retomada das intervenções do
BC. Desde o começo de outubro, quando a apreciação da
moeda americana explodiu, a
autoridade monetária esteve
atuante no mercado praticamente todos os dias.
O dólar acumula valorização
de 54% desde seu piso alcançado no começo de agosto, quando rondava R$ 1,55. No ano, a
alta está em 34,61%; no mês, a
apreciação chega a 3,33%.
"O BC parece que percebeu
que estava alimentando a especulação e não estava atingindo
seus objetivos [ao vender "swap
cambial']. Agora que se ausentou, deixando de fazer leilão de
"swap cambial", os especuladores passaram a puxar a taxa, como forma de chamar o BC de
volta ao mercado", avalia Sidnei Nehme, diretor da corretora de câmbio NGO.
O "swap cambial" é um título
vendido pelo BC que rende a
variação da moeda ao investidor que o compra. Em troca, esses investidores pagam uma taxa de juros ao BC. Se forem
consideradas as diferentes
frentes de atuação no câmbio
-"swap", leilões de dólares e de
recursos à exportação-, o BC já
utilizou mais de US$ 55 bilhões, sem conseguir reduzir a
cotação da moeda. O BC diz que
não tem meta cambial.
No mercado futuro, os investidores estrangeiros têm mantido firmes suas apostas no dólar apreciado. Isso pode ser
constatado a partir do montante das "posições compradas"
em dólar. Quanto maior essas
posições são, mais indicam que
os investidores esperam que o
dólar não recue -se isso ocorresse, perderiam dinheiro devido aos contratos que detêm.
As posições líquidas compradas em dólar dos estrangeiros
têm se mantido nos últimos
dias em seus picos históricos na
BM&F. Na segunda-feira, estavam em US$ 12 bilhões. Há cerca de 40 dias, rondavam os US$
7 bilhões.
A última pesquisa semanal
do BC, realizada junto a cem
instituições financeiras, mostra que a expectativa é a de que
o dólar esteja a R$ 2,20 no fim
de 2008. Essa projeção tem se
deteriorado a cada semana. Há
um mês, o mercado esperava
que a moeda estivesse a R$ 2 no
encerramento de 2008. Hoje o
BC fará leilão de até US$ 2 bilhões em recursos a operações
de exportação.
Bovespa
Após um começo de semana
bastante ruim, as Bolsas conseguiram respirar ontem. A Bovespa se manteve com ganhos
mais fortes durante boa parte
do pregão, mas encerrou com
alta pequena, de 0,75%, aos 35
mil pontos. Mesmo com a notícia negativa do recuo da produção da indústria brasileira, a
Bovespa operou em alta durante todo o pregão e chegou a subir 2,86% em seu melhor momento.
A ação preferencial da Petrobras recuou 0,54%. Ontem o
barril de petróleo recuou para
US$ 46,96, em baixa de 4,7%
em Nova York. Desde seu pico
registrado em julho, o petróleo
já perdeu mais de US$ 100.
Nos EUA, o resultado das
Bolsas foi melhor -o índice
Dow Jones subiu 3,31%, após a
queda de 7,7% anteontem. Em
Londres, a alta ficou em 1,41%.
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