São Paulo, sexta-feira, 04 de janeiro de 2002

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PAINEL S.A.

Urânio enriquecido
O Brasil vai produzir urânio enriquecido a partir de junho, uma das etapas mais sofisticadas no processo de fabricação do combustível nuclear e cuja tecnologia é dominada por poucos países. O processo de fabricação do urânio enriquecido foi desenvolvido pelo Centro Tecnológico da Marinha, após anos de estudo.

Nacionalização
Com a produção de urânio enriquecido, 95% do combustível nuclear usado pelo Brasil para abastecer as usinas será nacionalizado. Até então, o índice era de 60%. A INB (Indústrias Nucleares do Brasil), que produz o combustível nuclear, irá receber da Marinha, a partir de março, o primeiro lote das ultracentrífugas capazes de produzir o urânio enriquecido.

Clube fechado
Ao deter essa tecnologia nuclear, o Brasil se credencia também a entrar para o seleto clube dos exportadores de urânio enriquecido. O primeiro passo já foi dado. A partir deste ano, o país começa a exportar pó de urânio para a empresa Belgo Nuclear.

Exemplo
A economia de energia interna na sede da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), de maio a novembro do ano passado, foi de mais de 1 milhão de quilowatts/hora. Até o ar condicionado foi desligado. Na média, a economia mensal foi de 56,84% em relação ao consumo anterior ao racionamento de energia. A meta era de 35%.

Déficit agravado
O setor químico fechou 2001 com um déficit recorde em sua balança comercial, de aproximadamente US$ 7,5 bilhões. No ano anterior, o valor foi de US$ 6,5 bilhões.

Sem investimento
As importações do setor químico devem seguir superando as exportações. Seria necessário investimento de pelo menos US$ 2 bilhões anuais para reverter a situação. Em 2001, os investimentos não passaram de US$ 1 bilhão e para 2002 a cifra deve se repetir.

Temporada perdida
Depois de reunião com o presidente da Associação Nacional de Agências de Viagens da Argentina, o presidente da associação brasileira,Tasso Gadzanis, conclui: a situação é pior do que se imaginava. Os cancelamentos de viagens de argentinos para o Brasil podem chegar a 80%.

Embarque garantido
Os argentinos que vão ao Nordeste têm mais chances de manter a programação. Parte dos pacotes foi paga antecipadamente. Os cancelamentos na região devem ficar em 60%.

Manutenção
A DHL, maior rede de transporte expresso no mundo, passou à GE Engine Services (GEES) a responsabilidade de fazer a manutenção e a revisão de seus aviões. O prazo da concessão é de 15 anos e o negócio é avaliado em US$ 400 milhões.

Reflexo
A melhora no setor hoteleiro já se reflete na indústria de móveis. A Teperman trabalha para concluir a instalação de mobiliários de hotéis no Rio e em São Paulo até o Carnaval. A estimativa é de um crescimento de pelo menos 50% neste ano nos projetos para hotéis.

E-mail: guilherme.barros@uol.com.br

ANÁLISE

Inflação zero

A queda do preço da gasolina e boa perspectiva de produção agrícola com as chuvas irão fazer com que a inflação de janeiro medida pelos IPCs (Índices de Preços ao Consumidor) fique bem próxima de zero, segundo Luiz Roberto de Azevedo Cunha, economista da PUC do Rio. Há até uma remota possibilidade de ocorrer uma deflação neste mês. Nos índices por atacado, como é o caso do IGP, janeiro deve acusar uma deflação. O único fator que impede a deflação nos IPCs é a alta de 20% do gás de botijão. De qualquer forma, com uma inflação tão baixa e o câmbio abaixo de R$ 2,30 não há motivos para o BC não baixar os juros na próxima reunião do Copom, dia 23. "A meta de inflação, até agora, está mais do que garantida", diz Cunha.

NO MERCADO

Após subirem 8,25% ontem, as ações preferenciais da Gerdau se valorizaram mais 6,9% na Bovespa ontem. A companhia concluiu um negócio de US$ 48,8 milhões. A maior alta do dia foi das ações PN da Klabin, que subiram 9,6%.

FRASE

"Se calote, controle de câmbio e barreiras forem a solução, essa moda vai pegar"


Luiz Roberto de Azevedo Cunha, da PUC do Rio

NÚMEROS

0,32%

Foi a alta do custo da cesta básica em São Paulo ontem, diz o Procon/ Dieese. O custo é de R$ 158,71.

46%

Foi a alta do arroz para os consumidores paulistanos em 2001, segundo pesquisa do Procon/Dieese.



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