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Para Fiesp, aumento dos tributos é "lamentável"
DA REPORTAGEM LOCAL
A CNI (Confederação Nacional da Indústria) e a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) criticaram a
alta do IOF (Imposto sobre
Operações Financeiras) e da
CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido).
Armando Monteiro Neto,
presidente da CNI, disse que as
medidas anunciadas "deverão
se refletir em aumento das taxas de juros aos tomadores finais, pois irá aumentar a cunha
fiscal e o "spread" bancário."
Paulo Skaf, presidente da
Fiesp, afirmou que o aumento
do IOF e da CSLL foi uma ação
"lamentável, arbitrária e desnecessária" do governo Lula.
"Só temos que lamentar o
presente que o governo federal
deu para o povo brasileiro no
primeiro dia útil de 2008. O aumento na alíquota do IOF não
era necessário. Mostrei isso ao
governo durante a luta que envolveu toda a sociedade para
acabar com a CPMF", diz.
O governo, segundo Skaf, já
havia previsto arrecadar de impostos R$ 80 bilhões a mais
neste ano. "Mesmo descontando os R$ 40 bilhões da CPMF
ainda iriam sobrar R$ 40 bilhões a mais em 2008. Esse dinheiro era suficiente para realiza todos os programas sociais e
investimentos previstos no
PAC, sem a necessidade de aumento de impostos", diz.
O que os empresários defendem, segundo Skaf, líder do
movimento contra a CPMF, é
que o governo corte gastos. "A
sociedade quer mais eficiência
da máquina pública, mais qualidade na educação, na saúde,
na segurança e quer que os impostos pagos sejam bem aplicados. O povo brasileiro já paga o
equivalente a 36% do PIB em
impostos, que é muito."
Para Monteiro Neto, as medidas produzem ainda a suspensão da desoneração tributária para alguns setores produtivos prevista para a nova política industrial, que deveria ser
anunciada no início deste ano.
Mas a CNI viu aspectos positivos. "Está descartada a reapresentação da proposta de recriação da CPMF. E parcela expressiva do ajuste está relacionada à contenção de gastos e
está mantido o compromisso
com a responsabilidade fiscal,
sem alteração da meta de superávit primário."
Para Monteiro Neto, há lições a serem aproveitadas com
o fim da CPMF. "É clara a percepção de que há limites à extração tributária da sociedade e
também que não podemos
manter indefinidamente tributos provisórios e um sistema
tributário anacrônico e sem racionalidade econômica" e que a
reforma tributária deve avançar de imediato.
(FF)
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