São Paulo, sexta-feira, 04 de janeiro de 2008

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Petróleo e EUA fazem Bolsas ter dia instável

Bovespa fecha em alta de 0,12%, e dólar recua 1,01%

TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

Os mercados tiveram ontem mais um dia instável, ainda devido à alta no preço do petróleo, que voltou a passar de US$ 100, e às dúvidas sobre a força do mercado de trabalho nos EUA.
Pela manhã, os mercados chegaram a trabalhar em território positivo, com dados considerados bons sobre as encomendas à indústria americana, mas recuaram com indícios no comércio de que o nível de emprego e de renda nos EUA enfraqueceu em dezembro.
No final do dia, a Bovespa encerrou com alta modesta de 0,12%, com o Ibovespa em 62.891 pontos e volume financeiro de apenas R$ 4,3 bilhões, abaixo da média de R$ 6 bilhões das últimas semanas. Nos EUA, a Bolsa de Nova York teve alta de 0,10% no índice Dow Jones, enquanto a Nasdaq registrou recuo de 0,27%.
Hoje, o Departamento de Trabalho americano divulgará dados sobre a geração de vagas, renda e taxa de desemprego em dezembro. Os indicadores mostrarão o grau de desaquecimento econômico após a crise no mercado imobiliário.

Pacote
No Brasil, o mercado recebeu bem o pacote de medidas para cobrir o rombo da arrecadação com o fim da CPMF. A preocupação era que o governo cortasse menos o Orçamento e só elevasse os tributos.
Para Newton Rosa, economista da Sul América Investimentos, as medidas ficaram dentro da "margem de manobra" que o governo tinha para contornar a perda de arrecadação. "A recepção foi boa e reafirmou o compromisso com o equilíbrio fiscal. Não havia expectativa de um corte mais forte no lado da despesa, então optaram por mexer nos impostos em que não há um custo político. A CSLL dificilmente deixará de ser aprovada. O lado do corte ainda está nebuloso e dificilmente o PAC vai escapar, apesar do discurso", afirmou.
"Foi bem calculado e mostrou uma resposta rápida a um problema. É factível deixar essa folga de R$ 10 bilhões [para cobrir a perda de arrecadação], pois o país está crescendo. Garante o cumprimento de metas fiscais", disse Flavio Serrano, economista da López León.
Por conta do pacote, as ações de bancos voltaram a cair com a previsão de encarecimento do crédito e da diminuição do lucro com o aumento da CSLL. Os papéis ON do Banco do Brasil tiveram baixa de 1,51%, enquanto os PN do Bradesco recuaram 2,01% e os do Itaú, 1,88%. As ações Unit do Unibanco caíram 1,73%.
O dólar comercial teve queda de 1,01% e terminou cotado a R$ 1,753, menor valor desde 16 de novembro. O Banco Central comprou dólares a R$ 1,752.


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