UOL


São Paulo, terça-feira, 04 de fevereiro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Investimentos das empresas em 2002 são menores do que o previsto

DA REPORTAGEM LOCAL

O total de investimentos anunciados pelo setor privado no país em 2002 atingiu US$ 127 bilhões, o que representa uma queda de 18,5% em relação ao ano anterior, segundo a consultoria Simonsen Associados. Previa-se um número bem melhor: US$ 150 bilhões. Na pior das hipóteses, US$ 130 bilhões, informavam os consultores quatro meses atrás.
"São tempos ruins, mas não catastróficos", dizia Harry Simonsen, presidente da consultoria e no setor há mais de 35 anos. Pois os resultados não só foram ruins, como decepcionantes.
A redução nos volumes em 2002 é a segunda consecutiva depois do pico de investimentos anunciado em 2000. Naquele ano, foram aplicados US$ 265 bilhões e, a partir de então, só ocorreram quedas no montante. As regiões Sudeste e Sul perderam volume para o Nordeste e o Norte.
Se as estimativas forem atingidas desta vez, o país deve atrair US$ 136 bilhões em investimentos anunciados, segundo as contas da Simonsen, especializada em orientar multinacionais sobre onde colocar o dinheiro no país.
O levantamento é realizado com base nos anúncios de investimentos que as companhias fazem durante o ano e é contabilizado na base de dados da Simonsen. Se o investimento não foi feito e a empresa decidiu rever sua decisão, o valor, no entanto, continua incluído no montante total, ressalva a consultoria. Segundo os técnicos, os casos de desistência do investimento, após tornado público ao mercado, são raros. No máximo, ficam postergados para anos seguintes.
O volume divulgado corresponde a investimentos que podem ser realizados a longo prazo pela empresa. Logo, não serão aplicados pela empresa, necessariamente, no ano em que foi anunciado.

Menos aqui
Pelos volumes divulgados nos últimos anos, é possível perceber diferenças no destino dos recursos. A região Sudeste, por exemplo, que de 1995 a 2001 recebeu, em média, 60% do volume total (ou US$ 50 bilhões/ano) anunciado no Brasil, registrou queda na participação para 57,3% (US$ 46 bilhões) em 2002.
Os Estados da região Sul também foram atingidos. A taxa de participação no volume total despencou de 16,1% para 9,8%. Em dólares, os recursos anunciados sofreram queda de US$ 13,4 bilhões (média anual de 1995 a 2001) para US$ 8 bilhões em 2002.
Outras mudanças foram observadas nas intenções de investimento das companhias por setor. A área de extração de petróleo e gás abocanhou 19% do volume aplicado -a média anual do setor é de 2,3%. Já empresas de comunicação (telefonia) anunciaram menos investimentos: de 1995 a 2001, a área aplicou US$ 28,5 bilhões por ano (17,5% do total). Em 2002, o volume foi de US$ 9 bilhões (7,2%).
Pelas contas, o Brasil atraiu 63,4% dos recursos divulgados pelas empresas para investimentos em 2002. A média é de 56,4%. A União Européia atraiu 10,8% e os países do Nafta (EUA, México e Canadá), 12% -taxas menores que a média de anos anteriores (18,3% e 16,2%, respectivamente). (AM)


Texto Anterior: Micros lutam para receber pagamentos
Próximo Texto: Mineração: Vale compra Elkem Rana por US$ 17,6 mi
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.