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Investimentos das empresas em 2002 são menores do que o previsto
DA REPORTAGEM LOCAL
O total de investimentos anunciados pelo setor privado no país
em 2002 atingiu US$ 127 bilhões,
o que representa uma queda de
18,5% em relação ao ano anterior,
segundo a consultoria Simonsen
Associados. Previa-se um número bem melhor: US$ 150 bilhões.
Na pior das hipóteses, US$ 130 bilhões, informavam os consultores
quatro meses atrás.
"São tempos ruins, mas não catastróficos", dizia Harry Simonsen, presidente da consultoria e
no setor há mais de 35 anos. Pois
os resultados não só foram ruins,
como decepcionantes.
A redução nos volumes em 2002
é a segunda consecutiva depois do
pico de investimentos anunciado
em 2000. Naquele ano, foram
aplicados US$ 265 bilhões e, a
partir de então, só ocorreram
quedas no montante. As regiões
Sudeste e Sul perderam volume
para o Nordeste e o Norte.
Se as estimativas forem atingidas desta vez, o país deve atrair
US$ 136 bilhões em investimentos
anunciados, segundo as contas da
Simonsen, especializada em
orientar multinacionais sobre onde colocar o dinheiro no país.
O levantamento é realizado com
base nos anúncios de investimentos que as companhias fazem durante o ano e é contabilizado na
base de dados da Simonsen. Se o
investimento não foi feito e a empresa decidiu rever sua decisão, o
valor, no entanto, continua incluído no montante total, ressalva a
consultoria. Segundo os técnicos,
os casos de desistência do investimento, após tornado público ao
mercado, são raros. No máximo,
ficam postergados para anos seguintes.
O volume divulgado corresponde a investimentos que podem ser
realizados a longo prazo pela empresa. Logo, não serão aplicados
pela empresa, necessariamente,
no ano em que foi anunciado.
Menos aqui
Pelos volumes divulgados nos
últimos anos, é possível perceber
diferenças no destino dos recursos. A região Sudeste, por exemplo, que de 1995 a 2001 recebeu,
em média, 60% do volume total
(ou US$ 50 bilhões/ano) anunciado no Brasil, registrou queda na
participação para 57,3% (US$ 46
bilhões) em 2002.
Os Estados da região Sul também foram atingidos. A taxa de
participação no volume total despencou de 16,1% para 9,8%. Em
dólares, os recursos anunciados
sofreram queda de US$ 13,4 bilhões (média anual de 1995 a
2001) para US$ 8 bilhões em 2002.
Outras mudanças foram observadas nas intenções de investimento das companhias por setor.
A área de extração de petróleo e
gás abocanhou 19% do volume
aplicado -a média anual do setor é de 2,3%. Já empresas de comunicação (telefonia) anunciaram menos investimentos: de
1995 a 2001, a área aplicou US$
28,5 bilhões por ano (17,5% do total). Em 2002, o volume foi de US$
9 bilhões (7,2%).
Pelas contas, o Brasil atraiu
63,4% dos recursos divulgados
pelas empresas para investimentos em 2002. A média é de 56,4%.
A União Européia atraiu 10,8% e
os países do Nafta (EUA, México e
Canadá), 12% -taxas menores
que a média de anos anteriores
(18,3% e 16,2%, respectivamente).
(AM)
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