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Carnaval beneficia 52 setores da economia
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Hotéis, restaurantes, bailes nos
salões, desfiles das escolas de
samba, mesmo o consumo maior
em bares e barracas de praia por
conta do aumento do fluxo de turistas. Um total de 52 setores da
economia ganha nos dias de folia
de Momo, segundo avaliação do
Ministério do Turismo.
Além de gerar receita, a maior
festa popular do país abre novas
vagas de trabalho, ainda que temporárias (leia texto nesta página).
Para este ano, a expectativa de
órgãos de turismo ligados às prefeituras das principais capitais
que promovem a festa é que a receita gerada com o Carnaval se
mantenha ou cresça em relação
ao mesmo período de 2002.
Isso porque a alta do dólar, tão
prejudicial para alguns setores da
economia, ajuda o Carnaval de
duas maneiras: atraindo turistas
brasileiros, assustados com os
custos de viagens internacionais,
e trazendo mais estrangeiros, que
consideram baixos os preços dos
pacotes turísticos para o país.
Festa baiana
Um exemplo é Salvador, que
movimentou R$ 602,3 milhões
durante o período de Carnaval de
2002 e prevê crescimento de 8% a
10% neste ano, de acordo com informações da Emtursa, empresa
da prefeitura que organiza a festa.
"Esse aumento é previsto em cima do número maior de turistas
na cidade em 2003", afirmou Eliana Dumêt, presidente do órgão.
Neste ano, os 163 blocos carnavalescos da capital baiana -que
não recebem verba direta da administração municipal- investiram aproximadamente R$ 88 milhões na festa do Momo, 10% a
mais do que em 2002, segundo informa a Emtursa.
O dinheiro vem da arrecadação
dos blocos: somente com a venda
dos abadás -túnica que dá acesso à parte restrita dos blocos- seriam R$ 64,7 milhões.
Rio>
A Riotur, órgão de turismo do
Rio de Janeiro, informa que os
monumentais desfiles das escolas
de samba do Rio de Janeiro, patrocinados em parte pela prefeitura, também contam com mais dinheiro em caixa em 2003.
A administração municipal destinou R$ 24,8 milhões para o Carnaval deste ano, valor que é distribuído entre infra-estrutura do
sambódromo e escolas do grupo
especial e de acesso, além de eventos promocionais.
De acordo com a Riotur, a verba
da prefeitura para o Carnaval de
2003 -que deve gerar receita de
R$ 485 milhões- é 29,2% maior
do que a que foi separada para
realizar a festa no ano passado.
A Liesa (Liga Independente das
Escolas de Samba do Rio de Janeiro), que abriga as 14 escolas do
grupo especial, recebe ainda R$
8,4 milhões de direitos de transmissão, pagos pela TV Globo, metade da arrecadação da bilheteria
do sambódromo, que é de R$ 23
milhões, e parte das vendas do CD
de sambas-enredo gravado pela
BMG.
É a mesma forma de arrecadação das escolas do grupo especial
do Carnaval de São Paulo, que deve gerar R$ 25 milhões em 2003,
mesmo valor do ano passado, segundo o Anhembi, empresa da
administração municipal.
De acordo com o órgão, o número de turistas atraídos pelos
desfiles da capital vem aumentando nos últimos anos: em 2001, eles
eram 4,3% dos foliões no sambódromo; em 2002, 13,19%, e, para
este ano, espera-se que 25% dos
120 mil frequentadores sejam de
outras localidades.
"A maior parte dos turistas é do
interior do Estado, onde estamos
divulgando melhor o Carnaval da
capital. São Paulo oferece desfiles
de grande porte a custos mais baixos para o visitante", afirmou Roberto Gheler, presidente da São
Paulo Convention & Visitors Bureau, fundação sem fins lucrativos
que tem como objetivo promover
o turismo na cidade.
A Abav (Associação Brasileira
de Agências de Viagens) discorda
das previsões de crescimento neste Carnaval. "Acredito que a movimentação durante a festa de
2003 vá ser a mesma da do ano
passado", afirmou Leonel Rossi
Júnior, diretor da associação.
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