São Paulo, quinta-feira, 04 de março de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MERCADO FINANCEIRO

Moeda norte-americana acumula desvalorização de 2,4% em sete dias; empresas querem ação do BC

Dólar cai e exportador cobra intervenção

SÉRGIO RIPARDO
DA FOLHA ONLINE

O dólar caiu ontem pelo sétimo dia consecutivo e cravou a maior seqüência de baixa em 11 meses. Em sete dias, a moeda dos EUA acumula desvalorização de 2,43%. Desde a sexta passada, a divisa custa menos de R$ 2,90. Ontem, a cotação recuou 0,14%, fechando a R$ 2,888, menor valor em cinco semanas.
Com o novo ciclo de baixa do dólar, os exportadores já começam a cobrar uma intervenção do Banco Central no mercado para evitar uma queda exagerada. O dólar baixo tende a reduzir os lucros do setor.
No início de fevereiro, o BC parou de promover leilões para a compra de divisas, após a moeda superar os R$ 2,90. As operações eram feitas desde o dia 8 de janeiro com o objetivo de reforçar as reservas cambiais.
"Estamos confiantes de que o BC vai voltar a realizar leilões para evitar um dólar perto de R$ 2,85. Com o mercado interno fraco, a saída ainda é exportar", disse o diretor da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil), José Augusto de Castro.
O recuo do dólar nos últimos dias refletiu uma correção dos preços, após a alta no mês passado, quando eclodiu o caso Waldomiro Diniz.
Para o gerente da corretora Moeda, José Carlos Benites, o BC deverá esperar mais um pouco para voltar a intervir no câmbio.
"O risco de uma CPI não está totalmente eliminado. O volume de negócios ainda está abaixo do normal", disse Benites.
No mercado de ações, a expectativa de votação do novo modelo do setor elétrico hoje fez subir as ações das companhias elétricas, o que levou a Bovespa a avançar 0,48%. O papel da Eletrobrás subiu 9,4%, a maior alta do dia.

Estrangeiros
Ontem, a Bolsa divulgou que teve em fevereiro o segundo maior ingresso de capital estrangeiro desde o início do Real, em julho de 1994. As compras de ações superaram as vendas em R$ 1,57 bilhão. No ano, o investimento estrangeiro já soma R$ 1,893 bilhão.
Os estrangeiros voltaram a comprar ações brasileiras após o Fed (o BC dos EUA) indicar a manutenção do juro em 1% por mais tempo. Na prática, uma taxa menor nos EUA torna mais atraente a aplicação em papéis de países emergentes, como o Brasil, que oferecem retornos maiores.


Texto Anterior: BB lança linha de financiamento para micro e pequenas empresas
Próximo Texto: O vaivém das commodities
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.