São Paulo, quinta-feira, 04 de março de 2004

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NO VERMELHO

Juro e desemprego altos são causa, vê Serasa

Cheque sem fundos é recorde em janeiro

DA FOLHA ONLINE

O número de cheques devolvidos em janeiro por falta de fundos bateu recorde para o mês, segundo a Serasa, empresa de análise de crédito. Foram devolvidos 15,6 cheques para cada lote de mil compensados.
Para a Serasa, os motivos desse crescimento de cheques sem fundos foram juros elevados, desemprego alto e queda na renda dos consumidores.
No início do ano, o orçamento das famílias costuma ficar mais pressionado com as compras típicas de dezembro e os gastos maiores com impostos (IPTU e IPVA, por exemplo). Isso contribui para o maior número de cheques sem fundos, segundo a Serasa.
Em dezembro, a média foi de 13,9 cheques sem fundos a cada mil compensados. Em janeiro de 2003, de 14,3.
Desde o começo do estudo, em 1991, o pico da inadimplência com cheques ocorreu em maio do ano passado (17,6 por mil compensados).
Em janeiro passado, foram compensados aproximadamente 178,4 milhões de cheques em todo o país. Desse total, 2,8 milhões foram devolvidos por falta de fundos.
Segundo a Serasa, o cheque sem fundos é a principal modalidade de inadimplência de pessoa física no país. Em segundo lugar, vem atraso no pagamento do cartão de crédito.
"Somente a melhora da conjuntura, quanto à geração de emprego, queda dos juros e recuperação da atividade econômica poderá trazer algum alívio para o consumidor", informa a nota da Serasa.
Para a empresa, o atual quadro da economia, marcado pelos juros ainda elevados, desestimula uma melhora dos indicadores de inadimplência.
"A não-correção da tabela do Imposto de Renda e a criação de novas taxas também deixam menos renda familiar disponível para o pagamento de compromissos e para o consumo", afirma a Serasa.
Em janeiro e fevereiro, o Banco Central manteve o juro básico da economia em 16,5% ao ano. Com isso, os bancos deixaram de cortar as taxas cobradas dos consumidores.
Para alguns analistas, a interrupção do ciclo de redução do juro prejudica a economia real, pois desestimula o consumo, a produção pelas empresas e, por conseqüência, a geração de empregos.


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