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NO VERMELHO
Juro e desemprego altos são causa, vê Serasa
Cheque sem fundos é recorde em janeiro
DA FOLHA ONLINE
O número de cheques devolvidos em janeiro por falta de
fundos bateu recorde para o
mês, segundo a Serasa, empresa de análise de crédito. Foram
devolvidos 15,6 cheques para
cada lote de mil compensados.
Para a Serasa, os motivos desse crescimento de cheques sem
fundos foram juros elevados,
desemprego alto e queda na
renda dos consumidores.
No início do ano, o orçamento das famílias costuma ficar
mais pressionado com as compras típicas de dezembro e os
gastos maiores com impostos
(IPTU e IPVA, por exemplo).
Isso contribui para o maior número de cheques sem fundos,
segundo a Serasa.
Em dezembro, a média foi de
13,9 cheques sem fundos a cada
mil compensados. Em janeiro
de 2003, de 14,3.
Desde o começo do estudo,
em 1991, o pico da inadimplência com cheques ocorreu em
maio do ano passado (17,6 por
mil compensados).
Em janeiro passado, foram
compensados aproximadamente 178,4 milhões de cheques em todo o país. Desse total, 2,8 milhões foram devolvidos por falta de fundos.
Segundo a Serasa, o cheque
sem fundos é a principal modalidade de inadimplência de
pessoa física no país. Em segundo lugar, vem atraso no pagamento do cartão de crédito.
"Somente a melhora da conjuntura, quanto à geração de
emprego, queda dos juros e recuperação da atividade econômica poderá trazer algum alívio para o consumidor", informa a nota da Serasa.
Para a empresa, o atual quadro da economia, marcado pelos juros ainda elevados, desestimula uma melhora dos indicadores de inadimplência.
"A não-correção da tabela do
Imposto de Renda e a criação
de novas taxas também deixam
menos renda familiar disponível para o pagamento de compromissos e para o consumo",
afirma a Serasa.
Em janeiro e fevereiro, o Banco Central manteve o juro básico da economia em 16,5% ao
ano. Com isso, os bancos deixaram de cortar as taxas cobradas dos consumidores.
Para alguns analistas, a interrupção do ciclo de redução do
juro prejudica a economia real,
pois desestimula o consumo, a
produção pelas empresas e, por
conseqüência, a geração de
empregos.
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