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COMUNICAÇÕES
Representantes da indústria não garantem fabricação de semicondutores no Brasil se país adotar padrão japonês
Japão não trará fábrica em troca de TV digital
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Ao contrário do que desejava o
governo, representantes da indústria eletroeletrônica do Japão
não se comprometeram a instalar
no país uma fábrica de componentes (telas e semicondutores).
O Brasil queria esse compromisso em troca da escolha do padrão japonês de TV digital. Ontem houve reunião de representantes das empresas japonesas
(Panasonic, Sony, Toshiba e
NEC), do governo do Japão e do
embaixador do país, Takahiko
Horimura, com os ministros Antonio Palocci (Fazenda), Dilma
Rousseff (Casa Civil), Sérgio Resende (Ciência e Tecnologia) e
Hélio Costa (Comunicações).
Os japoneses não descartaram a
instalação de fábricas, mas deixaram claro que não podiam firmar
esse compromisso no momento.
"Achamos que, no futuro,
quando houver necessidade ou
demanda no mercado brasileiro,
interessa às empresas japonesas
estabelecer fábricas no país", disse Akira Okubo, chefe do departamento de Tecnologia e Radiodifusão do Ministério dos Negócios
Internos japonês. Segundo ele, no
futuro pode haver cooperação entre os países que envolvesse não
só a instalação das fábricas, mas
também a formação de pessoal.
Dos japoneses, o governo conseguiu só a confirmação dos compromissos já firmados anteriormente - não-cobrança de royalties pela tecnologia da TV digital,
financiamento e permissão para
que o Brasil tenha representação
no conselho que define as normas
do padrão japonês de TV digital.
Essas vantagens são semelhantes às oferecidas pelos representantes do padrão europeu (DVB).
Dilma disse aos japoneses que o
governo pretende tomar a decisão
até o final da semana que vem.
Pelos cálculos do governo brasileiro, a instalação de uma fábrica
de semicondutores representaria
investimento de cerca de US$ 1 bilhão e contribuiria para reduzir
em também US$ 1 bilhão o déficit
da balança comercial de componentes, que hoje está em cerca de
R$ 7 bilhões. Do total do déficit,
cerca de US$ 2,5 bilhões são de
importação de semicondutores.
O governo irá escolher o padrão
de TV digital entre os modelos
europeu (DVB), japonês (ISDB)
ou americano (ATSC). A disputa
no momento está entre o europeu
(que daria mais vantagens comerciais, porque é adotado em 57 países) e o japonês (preferido pelas
emissoras de TV brasileiras).
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