São Paulo, Quinta-feira, 04 de Março de 1999
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BALANÇO
Crescimento em relação a 97 foi de 36,1%; é o maior resultado obtido por uma empresa privada brasileira
Vale registra lucro de R$ 1 bilhão em 98

CHICO SANTOS
da Sucursal do Rio

A Companhia Vale do Rio Doce registrou no seu balanço de 1998 um lucro líquido de R$ 1,029 bilhão (US$ 851,33 milhões), com crescimento de 36,1% sobre o resultado em reais de 1997.
Segundo o presidente do Conselho de Administração da empresa, Benjamin Steinbruch, foi o maior resultado já obtido por uma empresa privada brasileira. Dos balanços de 1998 divulgados até agora, apenas o do Bradesco havia apresentado lucro superior a R$ 1 bilhão (R$ 1,014 bilhão).
O ano de 1998 foi o primeiro período completo de 12 meses da Vale como empresa privada. Seu controle foi vendido pela União em maio de 1997, pelo equivalente a US$ 3,299 bilhões.
Junto com a divulgação do resultado, Steinbruch informou ontem a decisão do Conselho de Administração da mineradora de voltar a ter um presidente-executivo, cargo extinto após a privatização.
O presidente da empresa será o embaixador Jório Dauster, ex-presidente do extinto IBC (Instituto Brasileiro do Café) e recentemente cotado para o cargo de ministro do Desenvolvimento.
Steinbruch disse que "se o resultado de 98 foi bom, o de 99 vai ser melhor ainda". Segundo ele, o mínimo que os acionistas vão querer de lucro será de 12% do patrimônio líquido da empresa, o que equivalia em 31 de dezembro do ano passado a R$ 1,165 bilhão (patrimônio de R$ 9,712 bilhões).
De acordo com a análise da direção da Vale, a desvalorização cambial terá influência benéfica sobre a receita da empresa em reais, por ser a maior parte das vendas da empresa cotada em dólar.
A Vale exporta cerca de 55% do que produz. Na área de minério de ferro, principal produto da Vale, as exportações respondem por 87%.
O presidente do Centro Corporativo da Vale, Gabriel Stoliar, disse que em 31 de dezembro as dívidas da empresa em moeda estrangeira, que sofreram o impacto da desvalorização cambial, eram de aproximadamente US$ 2 bilhões.
Ele disse ainda que a Vale tinha ativos em moeda estrangeira que excediam em US$ 135 milhões o valor das dívidas e que por isso ela estava totalmente protegida contra a desvalorização cambial.
Logo após a privatização, a Vale optou por criar presidências por área de negócio, acabando com a presidência executiva, que passou a ser exercida, na prática, por Steinbruch. A empresa decidiu agora retornar ao modelo anterior, com um presidente e cinco diretorias. Steinbruch disse que o modelo adotado até agora era justificado pela necessidade de apressar as mudanças necessárias.
"Agora quero trabalhar menos", disse Steinbruch, que segue na presidência dos conselhos da Vale e Companhia Siderúrgica Nacional.


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