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BALANÇO
Crescimento em relação a 97 foi de 36,1%; é o maior resultado obtido por uma empresa privada brasileira
Vale registra lucro de R$ 1 bilhão em 98
CHICO SANTOS
da Sucursal do Rio
A Companhia Vale do Rio Doce
registrou no seu balanço de 1998
um lucro líquido de R$ 1,029 bilhão (US$ 851,33 milhões), com
crescimento de 36,1% sobre o resultado em reais de 1997.
Segundo o presidente do Conselho de Administração da empresa,
Benjamin Steinbruch, foi o maior
resultado já obtido por uma empresa privada brasileira. Dos balanços de 1998 divulgados até agora, apenas o do Bradesco havia
apresentado lucro superior a R$ 1
bilhão (R$ 1,014 bilhão).
O ano de 1998 foi o primeiro período completo de 12 meses da Vale como empresa privada. Seu controle foi vendido pela União em
maio de 1997, pelo equivalente a
US$ 3,299 bilhões.
Junto com a divulgação do resultado, Steinbruch informou ontem
a decisão do Conselho de Administração da mineradora de voltar
a ter um presidente-executivo, cargo extinto após a privatização.
O presidente da empresa será o
embaixador Jório Dauster, ex-presidente do extinto IBC (Instituto
Brasileiro do Café) e recentemente
cotado para o cargo de ministro do
Desenvolvimento.
Steinbruch disse que "se o resultado de 98 foi bom, o de 99 vai ser
melhor ainda". Segundo ele, o mínimo que os acionistas vão querer
de lucro será de 12% do patrimônio líquido da empresa, o que
equivalia em 31 de dezembro do
ano passado a R$ 1,165 bilhão (patrimônio de R$ 9,712 bilhões).
De acordo com a análise da direção da Vale, a desvalorização cambial terá influência benéfica sobre
a receita da empresa em reais, por
ser a maior parte das vendas da
empresa cotada em dólar.
A Vale exporta cerca de 55% do
que produz. Na área de minério de
ferro, principal produto da Vale, as
exportações respondem por 87%.
O presidente do Centro Corporativo da Vale, Gabriel Stoliar, disse
que em 31 de dezembro as dívidas
da empresa em moeda estrangeira,
que sofreram o impacto da desvalorização cambial, eram de aproximadamente US$ 2 bilhões.
Ele disse ainda que a Vale tinha
ativos em moeda estrangeira que
excediam em US$ 135 milhões o
valor das dívidas e que por isso ela
estava totalmente protegida contra
a desvalorização cambial.
Logo após a privatização, a Vale
optou por criar presidências por
área de negócio, acabando com a
presidência executiva, que passou
a ser exercida, na prática, por
Steinbruch. A empresa decidiu
agora retornar ao modelo anterior,
com um presidente e cinco diretorias. Steinbruch disse que o modelo adotado até agora era justificado
pela necessidade de apressar as
mudanças necessárias.
"Agora quero trabalhar menos",
disse Steinbruch, que segue na presidência dos conselhos da Vale e
Companhia Siderúrgica Nacional.
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