São Paulo, terça-feira, 04 de abril de 2006

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REAL FORTE

Movimento de pulverização das exportações foi interrompido em 2005; 40 empresas respondem por 43% das vendas

Empresas pequenas deixam de exportar

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

No ano passado, o número de micro, pequenas e médias empresas que abandonaram o mercado externo ultrapassou o número de empresas desse porte que passaram a exportar.
Pesquisa do Ministério do Desenvolvimento mostra que, entre as empresas que exportam até US$ 100 mil, 2.593 estrearam no mercado externo em 2005, mas 3.662 deixaram de exportar, principalmente por problemas de concorrência, preço e câmbio.
O ministério já havia divulgado que no ano passado o Brasil registrou saldo negativo no movimento de empresas que entraram e saíram do mercado externo. No total, 951 empresas pararam de exportar.
Segundo a AEB (Associação Brasileira de Comércio Exterior), ocorreu uma interrupção da alta no número de empresas exportadoras que começou em 1997. Para a AEB, a queda é reflexo da desvalorização do dólar, que torna as exportações menos rentáveis e atrativas aos pequenos negócios.
O ministério divulgou um novo levantamento ontem que mostra o perfil das empresas menores que deixaram de exportar. Do total de desistentes, a maioria, 1.834, é do ramo industrial. Também foi grande o número de empresas de comércio e de serviços que deixaram de exportar: 1.391. As demais empresas se dividem em agronegócios, construção civil, pessoas físicas e outros setores.
O secretário de Comércio Exterior, Armando Meziat, disse que no Brasil há 4,5 milhões de empresas, mas menos de 20% exportam. Em 2005, 17.657 empresas exportaram, mas o grosso dos embarques está concentrado em 40 grandes companhias, responsáveis por 43% das vendas.

De acordo com a Funcex (Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior), apesar de haver cerca de 6.000 micro e pequenos exportadores, essas empresas respondem por apenas 2,3% do valor exportado pelo Brasil.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento, as pequenas empresas têm mais dificuldade de manter o cliente externo porque não têm como acumular prejuízos quando o câmbio está desfavorável.
De acordo com Meziat, 75% das pequenas e médias empresas que deixaram de exportar em 2005 não eram exportadores contínuos porque não exportaram em 2002 ou em 2003. "Isso indica que são empresas que ainda estão se aparelhando para o comércio exterior, portanto, elas ainda podem voltar para o mercado externo", disse ele. (CLÁUDIA DIANNI)


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