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REAL FORTE
Movimento de pulverização das exportações foi interrompido em 2005; 40 empresas respondem por 43% das vendas
Empresas pequenas deixam de exportar
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
No ano passado, o número de
micro, pequenas e médias empresas que abandonaram o mercado
externo ultrapassou o número de
empresas desse porte que passaram a exportar.
Pesquisa do Ministério do Desenvolvimento mostra que, entre
as empresas que exportam até
US$ 100 mil, 2.593 estrearam no
mercado externo em 2005, mas
3.662 deixaram de exportar, principalmente por problemas de
concorrência, preço e câmbio.
O ministério já havia divulgado
que no ano passado o Brasil registrou saldo negativo no movimento de empresas que entraram e
saíram do mercado externo. No
total, 951 empresas pararam de
exportar.
Segundo a AEB (Associação
Brasileira de Comércio Exterior),
ocorreu uma interrupção da alta
no número de empresas exportadoras que começou em 1997. Para
a AEB, a queda é reflexo da desvalorização do dólar, que torna as
exportações menos rentáveis e
atrativas aos pequenos negócios.
O ministério divulgou um novo
levantamento ontem que mostra
o perfil das empresas menores
que deixaram de exportar. Do total de desistentes, a maioria, 1.834,
é do ramo industrial. Também foi
grande o número de empresas de
comércio e de serviços que deixaram de exportar: 1.391. As demais
empresas se dividem em agronegócios, construção civil, pessoas
físicas e outros setores.
O secretário de Comércio Exterior, Armando Meziat, disse que
no Brasil há 4,5 milhões de empresas, mas menos de 20% exportam. Em 2005, 17.657 empresas
exportaram, mas o grosso dos
embarques está concentrado em
40 grandes companhias, responsáveis por 43% das vendas.
De acordo com a Funcex (Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior), apesar de haver
cerca de 6.000 micro e pequenos
exportadores, essas empresas respondem por apenas 2,3% do valor exportado pelo Brasil.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento, as pequenas empresas têm mais dificuldade de
manter o cliente externo porque
não têm como acumular prejuízos quando o câmbio está desfavorável.
De acordo com Meziat, 75% das
pequenas e médias empresas que
deixaram de exportar em 2005
não eram exportadores contínuos
porque não exportaram em 2002
ou em 2003. "Isso indica que são
empresas que ainda estão se aparelhando para o comércio exterior, portanto, elas ainda podem
voltar para o mercado externo",
disse ele.
(CLÁUDIA DIANNI)
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