São Paulo, quarta-feira, 04 de abril de 2007

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Economia avança em ritmo acelerado

A economia brasileira está crescendo em ritmo bastante acelerado. Todos os indicadores apontam nesta direção nestes três primeiros meses. Desde a produção de tratores até a venda de veículos, os sinais são de que o país cresce a um ritmo muito elevado.
O economista Octavio de Barros, diretor de pesquisa macroeconômica do Bradesco, é uma das pessoas que mais medem o pulso da economia. Diante dos dados desse início do ano, ele não descarta a possibilidade de o Brasil crescer 5% em 2007. Por enquanto, ele mantém a previsão de 4,5%.
O economista discorda da opinião de muitos de que o país esteja sofrendo um processo de desindustrialização. Sua tese é de que a indústria está até se fortalecendo. "Estão confundindo adaptação competitiva com desindustrialização", diz.
O que está acontecendo no país, segundo Octavio de Barros, é uma mudança de paradigma. O Brasil, a seu ver, está na ante-sala de uma mudança estrutural positiva que garantirá taxas de crescimento mais altas do que a média dos últimos três anos, que foi de 4,11%.
De acordo com Octavio de Barros, em uma economia dinâmica como a brasileira não se pode subestimar os efeitos da baixa volatilidade do PIB, da inflação solidamente baixa, do menor custo do capital, da melhor solvência e das melhoras institucionais e sociais sobre o processo de decisão das famílias e das empresas.
"As empresas brasileiras são melhores, mais criativas e flexíveis do que seus pares em outros emergentes e estamos ingressando em um ciclo de investimentos muito importante no Brasil", diz Barros. " Muita gente que não acredita neste cenário pode perder boas oportunidades."
O economista concorda que, em alguns setores, esse processo de adaptação seja mais complexo e difícil, mas ele acha que, de forma geral, a cada dia a indústria brasileira fica mais forte e amadurecida estrategicamente. Ele diz que não vê, há muito tempo, um apetite tão grande do empresário por tomada de risco.
"O espírito animal empresarial começa a se soltar progressivamente, apesar de todas as dificuldades remanescentes."

Para reforçar marca, grife vai até Hollywood

Aos 15 anos de idade, a marca de calçados femininos paulista Carmen Steffens tem um amplo projeto para reforçar sua marca.
Entre as ações está a participação no seriado norte-americano "Desperate Housewives", nos pés da personagem Gabrielle.
Segundo o diretor da grife Gabriel Spaniol, responsável pelas lojas no exterior, a participação, na verdade, foi involuntária. "Temos uma loja em Los Angeles e fomos descobertos pela figurinista da série, que amou nossas peças", diz.
Outra ação é a repaginação de cem lojas no Brasil e 12 no exterior. A primeira delas, em Franca (SP), já foi reinaugurada. "Até o final do primeiro semestre de 2007 a meta é mudar todas as lojas do Brasil e do exterior", diz Mário Spaniol, que fundou a rede em 1992.
Na agenda de 2007, estão programadas ainda inaugurações de lojas na Austrália e na África do Sul, no segundo semestre. Já em 2008, a marca abre sua primeira loja no Japão.
Hoje, a Carmen Steffens já tem lojas no Estados Unidos, México, Portugal, Paraguai e Arábia, além das unidades brasileiras.

DOIS PESOS
Rogelio Golfarb (Anfavea) se reuniu ontem em Brasília com Miguel Jorge (Desenvolvimento) para uma radiografia do setor automobilístico. No mercado interno, os números não poderiam ser melhores. A Anfavea está revendo suas projeções para o ano. As vendas serão superiores aos 2,1 milhões previstos. Já as exportações caíram 12% e as importações subiram 130%. Miguel Jorge ouviu muito e falou pouco.

NOVA CADEIRA
Guilherme Laager deixou a presidência da Varig para assumir vaga no conselho de administração da VarigLog. A mudança já era prevista depois de a Varig ser comprada pela Gol. Constantino Oliveira Junior, dono da Gol, ainda não definiu o novo desenho da Varig.

HOMENAGEM
Zilda Arns, coordenadora da Pastoral da Criança, será homenageada no Fórum Empresarial de Comandatuba. Receberá o prêmio Personalidade Feminina do Lidem na noite do dia 19.

MAIS UMA VÍTIMA
O economista Yoshiaki Nakano está de molho. Motivo: dengue. Ele mora no Pacaembu (SP), que tem sofrido com o Aedes aegypti.

O RETORNO
Jorge Mattoso, ex-presidente da Caixa Econômica Federal, assumiu a presidência do primeiro site de busca vertical para imóveis do país, uma espécie de mini-Google imobiliário. O convite partiu de Gustavo Moreira de Souza, da Brascan, e de Cláudio Maurício, ex-Clube Chocolate. Os dois já investiram US$ 2 milhões no projeto. O site chama-se Vericia.com e já está no ar. A projeção é de, em um ano, ter 100 mil imóveis listados no portal.

CONSTRUÇÃO
O nível de emprego da construção pesada caiu 0,03% em fevereiro, com a demissão de dez trabalhadores, em relação a janeiro. Segundo o Sinicesp (sindicato do setor), nos últimos 12 meses houve queda de 4,26%, com fechamento de 1.446 postos. Em fevereiro de 2006, o setor empregava 33.931. Em fevereiro deste ano, contabilizaram 32.485 empregados. Em janeiro, foram registrados 32.495 trabalhadores empregados. Quando o estudo começou a ser feito, em 1986, o setor empregava mais de 130 mil.

ARIGATÔ
Clientes do Banco do Brasil que estão no Japão já poderão realizar operações em português nos 6.500 terminais de auto-atendimento do Banco Mitsui Sumitomo distribuídos pelas ilhas do país. A escolha do idioma fica a critério do cliente, que faz a sua seleção no próprio terminal. O Banco do Brasil está presente no Japão desde 1972.

EMPREENDEDOR
A Fundação Abrinq, em parceria com o Citigroup, acaba de beneficiar 18 jovens de São Paulo com microcrédito de R$ 550 e treinamento em gestão. Até 2008, a meta é apoiar 720 empreendedores.


com ISABELLE MOREIRA e JOANA CUNHA

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