São Paulo, quarta-feira, 04 de abril de 2007

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País capta com menor taxa desde 1994

Tesouro Nacional obtém empréstimo de US$ 500 milhões com vencimento em 2017 e pagando juros de 5,888% ao ano

Taxa foi a menor obtida para emissão internacional desde que o país completou renegociação da moratória decretada na década de 80


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Aproveitando o otimismo dos investidores, o governo brasileiro voltou a emitir títulos da dívida externa ontem. Na quarta operação desse tipo realizada em menos de três meses, o Tesouro Nacional obteve um empréstimo de US$ 500 milhões, pelo qual irá pagar juros de 5,888% ao ano até o vencimento dos papéis, em 2017.
Foi a taxa mais baixa conseguida pelo governo numa emissão feita no mercado internacional desde 1994, quando o Brasil completou a renegociação da moratória decretada nos anos 80 e voltou a operar regularmente no exterior.
Os títulos serão negociados nos Estados Unidos e na Europa, e o Tesouro estuda a possibilidade de emitir outros US$ 25 milhões do mesmo papel no mercado asiático.
Em novembro do ano passado, o Tesouro já havia lançado no mercado esse mesmo título da dívida externa com vencimento em 2017. Naquela ocasião, o governo aceitou pagar juros de 6,249% ao ano.
O papel também foi o primeiro emitido pelo Brasil a conter uma cláusula que permite ao Tesouro recomprar os títulos caso a diferença entre sua taxa e os juros pagos por bônus norte-americanos -chamado de "spread"- caia para 0,25 ponto percentual. Ontem, o "spread" estava em 1,22 ponto.
Essa cláusula é observada com freqüência em títulos de países cujo risco de calote é considerado muito baixo -o chamado "investment grade", grupo que já conta com a participação de emergentes e do qual o Brasil quer fazer parte.
Ao todo, o Tesouro já fez emissões de cerca de US$ 2 bilhões no mercado externo neste ano. O interesse dos investidores nos papéis brasileiros pode ser acompanhado pelo comportamento do risco-Brasil, índice que mede o interesse do mercado em títulos emitidos por determinado país.
Quanto mais baixo o índice, maior é a procura pelos papéis, e, no caso brasileiro, o risco tem batido recordes de baixa nos últimos dias. A queda do dólar, que se encontra no menor nível desde 2001, também reflete o interesse dos investidores estrangeiros em aplicar no Brasil.
O dinheiro obtido com o lançamento desses títulos é depositado nas reservas em moeda estrangeira do Brasil, que atualmente se aproximam dos US$ 110 bilhões.


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