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País capta com menor taxa desde 1994
Tesouro Nacional obtém empréstimo de US$ 500 milhões com vencimento em 2017 e pagando juros de 5,888% ao ano
Taxa foi a menor obtida para emissão internacional desde que o país completou
renegociação da moratória decretada na década de 80
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Aproveitando o otimismo
dos investidores, o governo
brasileiro voltou a emitir títulos da dívida externa ontem. Na
quarta operação desse tipo realizada em menos de três meses,
o Tesouro Nacional obteve um
empréstimo de US$ 500 milhões, pelo qual irá pagar juros
de 5,888% ao ano até o vencimento dos papéis, em 2017.
Foi a taxa mais baixa conseguida pelo governo numa emissão feita no mercado internacional desde 1994, quando o
Brasil completou a renegociação da moratória decretada nos
anos 80 e voltou a operar regularmente no exterior.
Os títulos serão negociados
nos Estados Unidos e na Europa, e o Tesouro estuda a possibilidade de emitir outros US$
25 milhões do mesmo papel no
mercado asiático.
Em novembro do ano passado, o Tesouro já havia lançado
no mercado esse mesmo título
da dívida externa com vencimento em 2017. Naquela ocasião, o governo aceitou pagar
juros de 6,249% ao ano.
O papel também foi o primeiro emitido pelo Brasil a conter
uma cláusula que permite ao
Tesouro recomprar os títulos
caso a diferença entre sua taxa
e os juros pagos por bônus norte-americanos -chamado de
"spread"- caia para 0,25 ponto
percentual. Ontem, o "spread"
estava em 1,22 ponto.
Essa cláusula é observada
com freqüência em títulos de
países cujo risco de calote é
considerado muito baixo -o
chamado "investment grade",
grupo que já conta com a participação de emergentes e do
qual o Brasil quer fazer parte.
Ao todo, o Tesouro já fez
emissões de cerca de US$ 2 bilhões no mercado externo neste ano. O interesse dos investidores nos papéis brasileiros pode ser acompanhado pelo comportamento do risco-Brasil, índice que mede o interesse do
mercado em títulos emitidos
por determinado país.
Quanto mais baixo o índice,
maior é a procura pelos papéis,
e, no caso brasileiro, o risco tem
batido recordes de baixa nos últimos dias. A queda do dólar,
que se encontra no menor nível
desde 2001, também reflete o
interesse dos investidores estrangeiros em aplicar no Brasil.
O dinheiro obtido com o lançamento desses títulos é depositado nas reservas em moeda
estrangeira do Brasil, que
atualmente se aproximam dos
US$ 110 bilhões.
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