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Governo reduz custo de Jirau e quer tarifa menor
Preço é R$ 3,9 bi menor que projeto Odebrecht-Furnas
AGNALDO BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo federal reduziu
em R$ 3,9 bilhões o valor do investimento que considera necessário para erguer a usina de
Jirau, empreendimento do
complexo hidrelétrico do rio
Madeira, em Rondônia. A Odebrecht e a estatal Furnas haviam apresentado projeto ao
governo dizendo que seria preciso investir R$ 12,59 bilhões
para erguer a obra. A EPE (Empresa de Pesquisa Energética),
do governo, disse que o mesmo
projeto pode ser feito por R$
8,69 bilhões.
A principal conseqüência da
medida não está só na redução
do tamanho da operação financeira. O governo quer que o valor da tarifa de energia fique
próximo ou inferior ao valor
apresentado pela Odebrecht na
concessão da usina Santo Antônio, também no rio Madeira, e
que deu a vitória ao grupo. Naquele leilão, a Odebrecht venceu com tarifa de R$ 78,87.
Segundo Maurício Tolmasquim, presidente da EPE, empresa que fez a revisão do projeto, o valor de partida para o
leilão "será inferior" àquele definido para a usina Santo Antônio, de R$ 122 por megawatt-hora, apesar das condições menos favoráveis de geração e de
construção de Jirau. O sucesso
do primeiro leilão levou o governo a acreditar que poderá
repetir o resultado anterior,
que teve concorrência e como
conseqüência redução do preço
final da energia.
A EPE apresentou duas justificativas para ter promovido
um corte de R$ 3,9 bilhões no
projeto da Odebrecht. Segundo
Tolmasquim, consultas a especialistas permitiram incorporar inovações ao projeto. O segundo fator será o pacote de incentivos tributários que ele receberá por ser um empreendimento construído na região
amazônica e ser parte do PAC
(Programa de Aceleração do
Crescimento).
O corte no custo da obra foi
maior do que a EPE havia promovido no projeto de Santo
Antônio, de R$ 12 bilhões para
R$ 9,5 bilhões -corte de R$ 2,5
bilhões.
Ao contrário do que esperava
o governo, o TCU não analisou
em sua sessão de quarta-feira
os estudos da EPE sobre Jirau.
O tribunal deverá fazer a análise na próxima semana. A mudança deve adiar o leilão, mas,
segundo a EPE, a previsão é que
ele ocorra em maio.
Colaborou HUMBERTO MEDINA,
da Sucursal de Brasília
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