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PESQUISA
Produto pode servir ao mercado consumidor e à conservação de órgãos
CE desenvolve água-de-coco em pó
KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
Pesquisadores do Padetec (Parque de Desenvolvimento Tecnológico de Fortaleza), ligado à Universidade Federal do Ceará, desenvolveram a água-de-coco em
pó, que poderá ser produzida em
escala industrial e como insumo
para vários procedimentos biotecnológicos, como a conservação
de órgãos para transplantes.
Uma primeira patente, como
insumo, já foi requerida. Falta o
registro internacional das mais de
300 substâncias que integram a
composição da descoberta.
A pesquisa sobre o tipo de água-de-coco ideal para a padronização
e o processamento demorou quatro anos. "Foi o mais demorado.
O processo posterior, de secagem
da água-de-coco, foi bem mais rápido", disse a pesquisadora Cristiane Clemente de Mello, uma das
criadoras do produto.
Ainda não há no Brasil o tipo de
equipamento necessário para a
dissecagem da água-de-coco em
escala industrial, apenas para pesquisa. Enquanto não aparecem
investidores interessados em comercializar o produto, os pesquisadores testam suas utilizações.
Para a venda ao consumidor, foram criados sucos de frutas tropicais, como acerola, manga e maracujá, misturados à água-de-coco em pó, para serem vendidos
em sachês, embalados a vácuo.
"Todas as propriedades das frutas
e da água-de-coco são mantidas
nesse processo", disse Mello.
Para a agroindústria, verificou-se que, ao acrescentar a água-de-coco em pó à água destilada, prolonga-se o tempo de durabilidade
de vacinas para aves, com redução de custo. "As vacinas diluídas
só com água destilada duravam
no máximo uma hora, pouco
tempo, muitas vezes, para vacinar
um número grande de aves. Com
a água-de-coco em pó, chegam a
12 horas."
Queimaduras
A descoberta da água-de-coco
em pó tem inspirado uma série de
outras pesquisas que estão em
curso no Ceará: a utilização do
produto para a produção de
membranas para queimaduras,
na medicina; a eficácia no desenvolvimento de microcircuitos, na
física; o uso como diluente em
processos de inseminação artificial em animais.
A eficácia do uso da água-de-coco como conservante de órgãos
para transplante já havia sido verificada, mas havia o problema do
transporte do produto, para não
não perder componentes importantes. "O simples engarrafamento da água-de-coco, ou mesmo o
congelamento, como é feito hoje
pela indústria, traz perdas ao produto. Com o método de dissecação que produzimos, isso não
acontece, então facilita a utilização para os mais diversos fins",
disse Mello.
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