São Paulo, sexta-feira, 04 de maio de 2007

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Grande investidor aposta no Brasil e vê "era de ouro" no país

OLIVER LUDWIG
DA BLOOMBERG

Arthur Steinmetz, administrador do fundo internacional de bônus de melhor desempenho dos Estados Unidos, está comprando papéis da dívida brasileira no que classifica de "era de ouro" do Brasil.
O Oppenheimer International Bond Fund, que tem em sua carteira US$ 6,7 bilhões, possui 6,7% de seus ativos investidos no Brasil - a segunda maior participação após a fatia dos Estados Unidos.
A valorização de 74% do real desde o ano de 2003 impulsionou o fundo de Steinmetz e fez com que ele obtivesse retornos médios anuais de 14,6% nos últimos cinco anos, o melhor resultado entre os dez fundos mútuos concorrentes que compram papéis da dívida de vários países do mundo, segundo dados compilados pela Bloomberg News.
As autoridades monetárias do Banco Central do Brasil reduziram a taxa Selic para seu recorde de baixa, de 12,5%, após a taxa anual de inflação ter desacelerado para cerca de 3% até meados de abril passado. A alta dos bônus brasileiros continuará à medida que o diferencial entre a taxa de juros oficial e a inflação diminuir, disse Steinmetz.
"No momento, estamos vivendo a era de ouro dos investimentos em bônus do Brasil", disse Steinmetz, 48, em entrevista concedida em seu escritório na OppenheimerFunds Inc. em Nova York. "Se você não concordar com a minha teoria, fique longe desse fundo."
O Brasil é o único mercado emergente entre os cinco principais países nos quais Steinmetz tem fundos alocados.
A fatia de ativos investidos em papéis do país, que passou de 5,8% em junho do ano passado para 6,7%, inclui títulos da dívida do governo e de empresas, além de papéis estruturados emitidos por bancos de investimento.
O Oppenheimer ofereceu um retorno de 4,8% neste ano, abocanhando a primeira posição do ranking entre os fundos de sua categoria.
O Federated International High Income Fund ocupa a segunda posição dessa lista, tendo rendido 3,9% neste ano e 13,5%, em média, nos últimos cinco anos. O Federated possui 19,4% de seus ativos investidos no Brasil, embora apenas 2,6% do fundo corresponda a títulos denominados em reais.
A maior parte dos papéis da dívida brasileira do International Bond Fund está denominada em reais, o que significa que os investidores que detêm esses títulos se beneficiam com a valorização da moeda brasileira em relação ao dólar. O real foi a divisa que mais se valorizou diante do dólar desde que Lula assumiu a Presidência da República, em 2003.


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