São Paulo, sexta-feira, 04 de maio de 2007

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Governo retoma a venda da folha de aposentados

INSS espera uma proposta dos bancos em 15 dias

JULIANNA SOFIA
LEANDRA PERES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo retomou a negociação com os bancos sobre a venda da folha de pagamento dos aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). O ministro Luiz Marinho (Previdência) disse ontem que espera uma proposta dos bancos no prazo de 15 dias. A Folha apurou que a idéia é realizar um projeto-piloto no Estado de São Paulo, onde há 4,477 milhões de beneficiários da Previdência.
Segundo relato de técnicos envolvidos na negociação, a venda da folha de pagamento está programada para o segundo semestre deste ano. Uma minuta de edital já começou a ser discutida entre a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) e a área econômica, mas ainda não chegou a ser apresentada a Marinho.
Com a experiência do Estado de São Paulo, o governo quer se certificar de que o modelo funcionará e não trará transtornos aos beneficiários.
"O desejo é dar garantia total desse serviço sem causar transtornos aos trabalhadores aposentados e pensionistas. Mas nós precisamos discutir as bases desse serviço com os prestadores, que é a rede bancária. A manutenção do custo da forma como está para a Previdência precisa ser interrompida", declarou Marinho. Na quarta-feira, ele esteve reunido com representantes dos bancos.
As negociações sobre a venda da folha estavam sendo conduzidas pelos ministérios da Fazenda e da Previdência, mas desaceleraram desde a reforma ministerial. O ex-ministro Nelson Machado vinha participando das conversas, coordenadas pelo ex-secretário-executivo da Fazenda, Bernard Appy. Machado agora ocupa o lugar de Appy na equipe do ministro Guido Mantega (Fazenda).
Inicialmente, o Tesouro Nacional chegou a esboçar um modelo de venda da folha, que previa leilão na rede bancária. O país seria dividido em lotes, que poderiam ser arrematados por diferentes instituições financeiras. A Previdência manifestou forte rejeição à proposta, com medo de que a operação significasse interrupção de serviços e tumulto no pagamento dos aposentados.


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