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Ásia cria fundo de US$ 120 bi para combater a crise
Japão, China e Coreia do Sul contribuirão com a maior parte do capital
Para os especialistas, essa primeira ação conjunta das nações do continente é importante na sua busca por independência dos EUA
DA REPORTAGEM LOCAL
DA REUTERS
Treze países asiáticos, incluindo o Japão, a China e a Coreia do Sul, anunciaram ontem
ter fechado acordo para a constituição de um fundo de emergência de US$ 120 bilhões que
os ajudará a enfrentar a crise
econômica mundial.
Essa é a primeira atitude tomada em conjunto pelas nações do continente a fim de se
proteger das consequências da
desaceleração global, cujo fim
ninguém consegue vislumbrar.
"Trata-se de um passo para a
Ásia se desacostumar da dependência do Ocidente. Mas é
provável que a implementação
da medida não tenha um impacto sustentável enquanto o
consumo dos seus produtos
por parte dos EUA não se recuperar", disse Kirby Daley, estrategista sênior da companhia
de administração de investimentos Newedge Group, em
Hong Kong. Mesmo assim, ele
espera que a notícia anime o
mercado financeiro hoje.
A China e o Japão se comprometeram a contribuir com 32%
cada um dos US$ 120 bilhões
que formarão o fundo emergencial. A Coreia do Sul vai entrar com 16% e os demais,
membros da Asean (Associação
das Nações do Sudeste Asiático), com o restante. Essa divisão, na qual a China aparece
com o mesmo peso do Japão,
que é a maior economia da área,
evidencia o desejo da potência
emergente de afirmar a sua importância, segundo analistas.
O dinheiro do fundo -que
será criado oficialmente nos
próximos meses- poderá ser
usado para os países equilibrarem o seu balanço de pagamentos (as suas relações comerciais
com o restante do mundo) no
caso de uma violenta fuga de
capitais como a que acometeu a
região na crise de 1997/98. Por
exemplo, se uma nação precisar de dólares extras para devolver aos investidores que
querem ir embora e, assim, barrar uma desvalorização excessiva da sua própria moeda, poderá requerer os recursos.
"A atual situação global pede
mais esforços conjuntos para
aumentar a confiança, manter
a estabilidade financeira e prevenir uma diminuição adicional do ritmo de crescimento
econômico", disseram os ministros da Fazenda da região
em um comunicado conjunto.
Eles participaram do encontro
anual do ADB (Banco de Desenvolvimento Asiático), realizado em Bali. "O aprofundamento das turbulências somado à elevação da aversão ao risco nos mercados financeiros
teve um impacto negativo sobre o comércio internacional e
o investimento na região."
Segundo previsões de especialistas, a Ásia deve crescer
apenas 3% em 2009, a menor
taxa desde a crise de uma década atrás.
"Mas, se a região quer se colocar como um dos polos da
economia mundial, é bom que
saiba que tem condições e reservas para se sustentar sozinha", disse Rajat Nag, diretor
administrativo do ADB.
Novas políticas
Os países asiáticos estão discutindo medidas adicionais para encarar a crise.
O Japão colocará à disposição dos vizinhos US$ 60,5 bilhões para que as nações com
moeda mais fraca possam obter
ienes se lhes faltar divisas.
Além disso, o ADB vai elevar
o seu capital disponível para
empréstimos aos países mais
pobres da área em mais de US$
10 bilhões em dois anos.
Todos os governos também
devem aumentar a sua rede de
assistência social e começar a
reduzir a participação, no PIB
(Produto Interno Bruto), das
exportações, que há anos têm
sido o seu grande motor.
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