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United e Continental viram nº 1 da aviação
Fusão, avaliada em US$ 3 bilhões, cria companhia com 7% do mercado mundial e deverá encarecer tarifas nos EUA
Ainda que a nova empresa não planeje elevar as tarifas, preço deverá ser impactado com menos assentos e rotas e com concorrência menor
JAD MOUAWAD
MICHAEL J. DE LA MERCED
DO "NEW YORK TIMES"
A United Airlines e a Continental Airlines anunciaram ontem uma fusão de US$ 3 bilhões
que criará a maior empresa de
aviação do mundo. A transação,
paga com ações, criará uma gigante que cobre todo o território dos Estados Unidos e tem
uma extensa rede de rotas para
Ásia, América Latina e Europa.
No Brasil, a United tem voos
regulares, do Rio e de Guarulhos, para Chicago e Washington, e a Continental, para Houston e Newark. Não há informação sobre mudança de rotas.
O acordo foi concluído em
três semanas e deve propiciar
às empresas a capacidade para
enfrentar as rivais de baixo custo em casa e a desafiar companhias estrangeiras no exterior.
A United está adquirindo a
Continental, e a empresa combinada portará o nome United e
terá sede em Chicago. Mas
manterá logotipo, cores e padrão gráfico da Continental.
Jeffery Smisek, presidente-executivo da Continental, dirigirá a empresa, que deverá obter economia de custos anual da
ordem de US$ 1 bilhão.
Mas há alguns obstáculos a
superar antes que a aprovação
seja obtida, como a licença da
divisão antitruste do Departamento da Justiça, o que pode
ser difícil dado o interesse renovado pela regulamentação que
existe em Washington.
A combinação atenderá a
mais de 144 milhões de passageiros em 59 países e deterá 7%
do mercado mundial. Smisek
disse não crer em problemas
antitruste porque as empresas
têm pouca sobreposição de rotas e não concorrem internacionalmente.
A controladora da United
emitirá 1,05 ação por ação da
Continental, o que avalia o negócio em US$ 3,17 bilhões, com
base no preço de fechamento da
sexta. A fusão deverá ser concluída até o fim do ano.
O negócio precisa do apoio
dos sindicatos de seus funcionários, cuja oposição a fusões
resultou na perda de muitas das
economias de custo planejadas
para uniões passadas no setor.
Em declaração em novo site,
as empresas afirmaram que a
fusão terá efeitos "mínimos"
sobre funcionários de linha de
frente e que os cortes de quadro
seriam realizadas principalmente por meio de "aposentadorias, demissões voluntárias e
programas de estímulo".
Para os consumidores, ela deve resultar em preços mais altos. Ainda que a nova companhia não planeje elevar as tarifas, um dos motivos para fusões
entre companhias aéreas é
sempre a redução da capacidade disponível. Isso reduz o número de assentos do setor e
permite que as empresas aumentem seus preços.
Além disso, United e Continental deixarão de concorrer
em algumas rotas, o que redundará em economia de custo e
menos opções para viajantes.
"As companhias aéreas estão
batalhando para encontrar um
modelo de negócios que faça
sentido", disse Scott Sonenshein, professor da Universidade
Rice. "A consolidação dá mais
poder a elas. Como consumidor, você terá menos escolhas,
menos rotas, preços mais altos
e mais tarifas."
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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