São Paulo, terça-feira, 04 de maio de 2010

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United e Continental viram nº 1 da aviação

Fusão, avaliada em US$ 3 bilhões, cria companhia com 7% do mercado mundial e deverá encarecer tarifas nos EUA

Ainda que a nova empresa não planeje elevar as tarifas, preço deverá ser impactado com menos assentos e rotas e com concorrência menor

JAD MOUAWAD
MICHAEL J. DE LA MERCED
DO "NEW YORK TIMES"

A United Airlines e a Continental Airlines anunciaram ontem uma fusão de US$ 3 bilhões que criará a maior empresa de aviação do mundo. A transação, paga com ações, criará uma gigante que cobre todo o território dos Estados Unidos e tem uma extensa rede de rotas para Ásia, América Latina e Europa.
No Brasil, a United tem voos regulares, do Rio e de Guarulhos, para Chicago e Washington, e a Continental, para Houston e Newark. Não há informação sobre mudança de rotas.
O acordo foi concluído em três semanas e deve propiciar às empresas a capacidade para enfrentar as rivais de baixo custo em casa e a desafiar companhias estrangeiras no exterior.
A United está adquirindo a Continental, e a empresa combinada portará o nome United e terá sede em Chicago. Mas manterá logotipo, cores e padrão gráfico da Continental. Jeffery Smisek, presidente-executivo da Continental, dirigirá a empresa, que deverá obter economia de custos anual da ordem de US$ 1 bilhão.
Mas há alguns obstáculos a superar antes que a aprovação seja obtida, como a licença da divisão antitruste do Departamento da Justiça, o que pode ser difícil dado o interesse renovado pela regulamentação que existe em Washington.
A combinação atenderá a mais de 144 milhões de passageiros em 59 países e deterá 7% do mercado mundial. Smisek disse não crer em problemas antitruste porque as empresas têm pouca sobreposição de rotas e não concorrem internacionalmente.
A controladora da United emitirá 1,05 ação por ação da Continental, o que avalia o negócio em US$ 3,17 bilhões, com base no preço de fechamento da sexta. A fusão deverá ser concluída até o fim do ano.
O negócio precisa do apoio dos sindicatos de seus funcionários, cuja oposição a fusões resultou na perda de muitas das economias de custo planejadas para uniões passadas no setor.
Em declaração em novo site, as empresas afirmaram que a fusão terá efeitos "mínimos" sobre funcionários de linha de frente e que os cortes de quadro seriam realizadas principalmente por meio de "aposentadorias, demissões voluntárias e programas de estímulo".
Para os consumidores, ela deve resultar em preços mais altos. Ainda que a nova companhia não planeje elevar as tarifas, um dos motivos para fusões entre companhias aéreas é sempre a redução da capacidade disponível. Isso reduz o número de assentos do setor e permite que as empresas aumentem seus preços.
Além disso, United e Continental deixarão de concorrer em algumas rotas, o que redundará em economia de custo e menos opções para viajantes.
"As companhias aéreas estão batalhando para encontrar um modelo de negócios que faça sentido", disse Scott Sonenshein, professor da Universidade Rice. "A consolidação dá mais poder a elas. Como consumidor, você terá menos escolhas, menos rotas, preços mais altos e mais tarifas."


Tradução de PAULO MIGLIACCI


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