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Bancos terão ajuda "generosa" para não quebrar, diz presidente do BC
DE BUENOS AIRES
Os bancos argentinos em dificuldades poderão contar com
uma ajuda "generosa" do governo, segundo o presidente do Banco Central, Mario Blejer. Em entrevista ao jornal espanhol "Cinco
Días", Blejer afirmou que o governo não tem opção, porque muitos
bancos quebrariam sem ajuda.
Desde o começo do ano, o BC já
foi obrigado a emprestar 18,5 bilhões de pesos aos bancos argentinos com falta de dinheiro para
bancar o saque de depósitos dos
correntistas.
Com a divulgação do decreto
para reduzir as restrições bancárias do curralzinho, no último sábado, Blejer prevê que haverá ainda mais "pressão sobre a liquidez
dos bancos, e o BC vai ter que emprestar generosamente".
Ele calcula que metade dos recursos necessários para evitar a
quebra de bancos deverá ser injetada pelo BC e disse que os bancos
que não estiverem dispostos a entrar com a outra metade não terão
ajuda. Blejer citou os exemplos do
canadense Scotiabank e do francês Crédit Agricole, que estão sob
intervenção do BC.
Para o presidente do BC, o sistema bancário argentino passará
nos próximos meses por um
"processo complicado de fusões,
restruturações e recapitalizações". Ele disse há 14 meses havia
US$ 85 bilhões depositados nos
bancos argentinos, enquanto hoje, com a desvalorização cambial e
a fuga de recursos, o sistema detém US$ 15 bilhões. "Nenhum sistema financeiro suportou uma fuga bancária semelhante".
Blejer disse que o plano de ajuda
aos bancos só vai funcionar se
houver um acordo com o FMI
(Fundo Monetário Internacional). Ele afirmou que as reservas
do BC caíram mais de US$ 4 bilhões neste ano, atingindo cerca
de US$ 10,3 bilhões, que não serão
suficientes para conter a pressão
sobre o dólar a partir de julho.
Devolução dos depósitos
O governo publicou no "Diário
Oficial" ontem o decreto para devolver com bônus optativos os depósitos bancários congelados pelo curralzinho. Os correntistas terão 30 dias para optar pelos bônus
ou esperar pela devolução do dinheiro até 2005. O secretário-geral da Presidência, Aníbal Fernández, disse que, se o Congresso não
contestar o projeto nos próximos
dez dias, ele estará automaticamente aprovado.
O governo também decidiu ontem que só 36% da produção das
petrolíferas poderá ser exportada
entre junho e setembro. A intenção do governo é conter os reajustes semanais dos combustíveis.
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