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VIZINHO EM CRISE
Sistema similar ao brasileiro valeria a partir de 2004; outra idéia é criar um comitê nos moldes do Copom
Argentina quer implantar meta de inflação
ELAINE COTTA
DE BUENOS AIRES
O presidente do Banco Central
argentino, Alfonso Prat Gay, pretende implantar, a partir de 2004,
um sistema de metas de inflação
similar ao brasileiro.
A proposta prevê ainda a criação de um comitê de política monetária, nos moldes do Copom. A
meta de inflação anual seria definida pelo Ministério da Economia
e, para dezembro de 2004, poderia variar de 5% a 15%.
Segundo Prat Gay, o país já
apresenta condições macroeconômicas para adotar o sistema.
"As expectativas com relação à
economia melhoraram, há uma
estabilização dos preços e o governo tem conseguido controlar o
déficit fiscal", disse. "Nos últimos
seis meses, houve uma combinação equilibrada entre crescimento
econômico e inflação."
Renovar acordo
O governo argentino retomou
mais uma vez as negociações com
o FMI (Fundo Monetário Internacional) para revisar o acordo
provisório assinado em janeiro
deste ano. O objetivo do ministro
da Economia, Roberto Lavagna, é
renovar a carta de intenções, que
vence em agosto, por pelo menos
cinco meses e, ainda no primeiro
trimestre de 2004, assinar um novo acordo, de prazo mais longo,
com o Fundo.
A missão do FMI, encabeçada
por John Dodsworth, chegou ontem ao país e tentará acertar as
contas com o governo argentino.
A revisão do acordo deveria ter sido concluída há duas semanas,
mas foi postergada. O principal
gargalo é uma lei que suspende a
cobrança de hipotecas contraídas
em dólares antes da depreciação
cambial, em janeiro de 2002.
O porta-voz do Fundo, Thomas
Dawson, fez duras críticas ao país
há cerca de dez dias. Disse que a
revisão do acordo ainda não foi
aprovada porque o governo não
autorizou a execução das hipotecas. Para remediar, Lavagna chegou a afirmar que poderia pedir
um "waiver" (perdão) ao FMI sobre o tema.
A assinatura de uma nova carta
de intenções é fundamental para
que a Argentina consiga recuperar a credibilidade com os investidores externos e, assim, iniciar a
reestruturação de sua dívida, que
supera US$ 140 bilhões. Em setembro, vence uma parcela de
US$ 3 bilhões com o próprio FMI.
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