São Paulo, quarta-feira, 04 de junho de 2008

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

BC não deve intensificar alta dos juros

O Copom deverá manter a posição adotada até o momento, de discurso duro em relação aos riscos de inflação, mas vai optar por uma alta de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros, segundo a aposta da grande maioria dos analistas de mercado. A taxa deve subir dos atuais 11,75% para 12,25%.
Segundo relatório da diretoria de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco, não é justificável uma aceleração do ritmo da alta de juros para 0,75 ponto percentual. A conclusão é com base na comunicação do próprio Banco Central.
"Na condução da política monetária, a previsibilidade segue como um dos pontos fundamentais do regime de metas de inflação, que é coordenada pelos discursos de membros da autoridade monetária e pelos comunicados e atas das reuniões", diz o relatório.
De acordo com o economista Octavio de Barros, que dirige a área de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco, ainda joga a favor o recente anúncio do aumento informal do superávit primário em 0,5% do PIB, para 4,3% em 2008.
Para ele, por mais que essa política fiscal não possa ser chamada de restritiva, pois o aumento dos gastos públicos continuará em taxas elevadas, certamente é melhor comparada à situação anterior, quando a meta para o superávit primário era de 3,8% do PIB.
Segundo o economista, apesar de existirem novos eventos que justificariam ajuste maior do juro, não há motivos suficientes para isso, ainda que possam ser identificados benefícios de um aumento do ritmo de alta para 0,75 ponto.
Desta vez, no entanto, Octavio de Barros acha que, ao contrário da reunião anterior, o Copom não deverá fornecer nenhuma indicação sobre a magnitude do ciclo total de aperto de política monetária.
Na reunião anterior, em abril, quando iniciou o processo de alta dos juros, o BC disse, em comunicado, que esse atual ciclo não seria tão longo.



análise

Investimento subirá 40%, diz consultoria

O grau de investimento concedido pela Fitch deverá impulsionar em aproximadamente 40% os investimentos estrangeiros diretos no Brasil, segundo o diretor-geral da Alvarez & Marsal no Brasil, Marcelo Gomes.
O diretor da consultoria espera que a entrada de recursos atinja R$ 50 bilhões neste ano- em 2007, foram R$ 35 bilhões.
O diretor diz, porém, que é preciso ter cuidado para evitar que a onda positiva vire maré de azar.
"O governo não pode perder de vista o controle da inflação. Neste momento, uma nova ampliação da Selic, por exemplo, seria um tiro no pé. O Executivo precisa priorizar o controle dos seus gastos para que a movimentação financeira possa fluir."



A TODA PROVA

O Grupo HDI, especializado em testes e certificações de softwares, fechou contratos de US$ 250 mil com o banco privado colombiano Bancolombia e de 350 mil com a Caixa de Depósitos de Portugal para testar sistemas das instituições. O grupo brasileiro tem filiais e parceiros na América Latina e na Europa e começou a negociar com o Oriente Médio. "Estamos negociando para ter parceiros também em Israel e, provavelmente, vamos ampliar a presença no Oriente Médio", diz Marco César Bassi, presidente do grupo.

PATERNIDADE
Separado, pai de seis filhos e morando com todos eles, Marcelo Abrão, dono da Y/MAN, marca de moda masculina, acaba de lançar uma marca infantil, a Y/CLUB, que começa a ser vendida em 80 lojas multimarcas no país. Abrão quer seguir o que considera tendência na moda e, até o fim do ano, fechar parceria com um fundo ou investidor externo para expandir a marca. "É o caminho da moda, a parceria vem com exigências de governança e profissionalização."

PUBLICIDADE
O ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan vem ao Brasil em julho falar sobre liberdade no "4º Congresso Brasileiro de Publicidade", em São Paulo. O último congresso foi há 30 anos, quando foi criado o Conar. Gilberto Leifert, presidente da entidade, deve reunir nomes como Demétrio Magnoli, Roberto DaMatta e outros.

BUMERANGUE
O australiano Chris Clarke, presidente da Nitro Group, rede de agências global fundada em Xangai e presente na Inglaterra, nos EUA, no Japão, na Rússia e na Austrália, desembarca no Brasil amanhã para comemorar a joint venture entre a agência Santa Clara e a Nitro Group. A agência passa a se chamar SantaClaraNitro.

PORTA ABERTA
O presidente da Croácia, Stjepan Mesic, disse ontem para o seu colega Luiz Inácio Lula da Silva que a meta do governo croata é transformar seus portos em ponto de entrada de produtos brasileiros no mercado centro-oriental da Europa. Mesic calcula que se trata de uma apetitosa massa de 250 milhões de pessoas. Prometeu visitar logo o Brasil, levando nutrida delegação empresarial.


com JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI


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