São Paulo, terça-feira, 04 de julho de 2006

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MERCADO ABERTO

Guilherme Barros @ - guilherme.barros@uol.com.br

"Primeiro ano do novo governo será difícil", diz Armínio Fraga

Apesar da atual calmaria, o novo governo irá enfrentar, no primeiro ano, um grande problema provocado pelo excesso de gastos dos últimos meses, segundo o economista Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central. "Será uma herança complicada para o próximo governo", afirma.
O resultado do superávit primário de maio já acendeu um sinal amarelo nas contas públicas, apesar de o acumulado dos últimos 12 meses estar em 4,51% do PIB, portanto acima da meta de 4,25% do PIB. Em maio, no entanto, o superávit apresentou uma queda de quase 70% em relação ao resultado de abril, reflexo tanto do aumento do salário mínimo como da menor arrecadação federal.
Para Armínio, o próximo governo terá de reverter esse quadro de excesso de gastos logo no primeiro ano para evitar uma deterioração das contas públicas. "Infelizmente, o que para muitos significa um alento, um conforto no bolso, do ponto de vista da macroeconomia trata-se de um grande problema", diz o ex-BC. "O próximo governo terá de tomar uma providência contra esse excesso de gastos."
Armínio cita, por exemplo, como medidas a serem tomadas pelo próximo governo, a reforma da Previdência e a tributária, a redução do número de ministérios e o enxugamento de pessoal, além de outras microeconômicas nas áreas da regulação e da educação.
Nos últimos meses, o governo concedeu uma série de aumentos de salário, além do reajuste do mínimo e da aposentadoria, e ainda ampliou o quadro de funcionários. "O problema é que esse aumento de gasto traz junto uma carga tributária gigantesca e ainda conspira contra o crescimento", diz Armínio Fraga.
O ex-presidente do BC acha difícil, no entanto, que a economia sinta, pelo menos até as eleições, reflexos dessa política fiscal expansionista do governo. A não ser que estoure uma crise internacional nesse período. Tudo indica, no entanto, que o problema só irá aparecer mesmo em 2007.
Segundo Armínio, o primeiro efeito deverá ser sentido no prêmio de risco do país, tanto o medido pelas instituições como o intuído pelos agentes econômicos. O passo seguinte poderá ser algum reflexo sobre a inflação, o que irá gerar pressão para o BC aumentar os juros.

Infelizmente, o que para muitos significa um alento, um conforto no bolso, do ponto de vista da macroeconomia trata-se de um grande problema


ARMÍNIO FRAGA economista e ex-presidente do BC

DE OLHO NO PAN
A Azaléia não tem muito o que se queixar com a decepção da Copa: o Pan está aí. Na abertura da feira de calçados Francal, hoje, no Anhembi, a empresa já vai lançar sua linha de produtos licenciados para os Jogos Pan-Americanos do Rio, em 2007. A marca, que é patrocinadora oficial do evento, nunca fez um investimento tão grande em marketing, serão R$ 100 milhões até 2008. A expectativa é que os resultados sejam os melhores de sua história. "Nem é possível dimensionar a resposta dessa ação. Desde a Copa de 1950, não houve um evento desse tamanho no Brasil. E naquela época nem existiam tantos recursos de comunicação", afirma o diretor de marketing, Paulo Santana.

NO TABULEIRO
Surge mais um interessado pela Varig. Trata-se do fundo Cerberus, que, na mitologia grega, representa a figura de um cão protetor. O fundo, um dos acionistas da Air Canada, andou conversando com sócios da Volo Brasil, dona da VarigLog.

NOVO CONTRATO
A American Airlines trocou a Sata, empresa do grupo Varig que presta serviços em aeroportos, pela Swissport em suas operações no Brasil. A nova contratada está entre os líderes no setor de handling, com atuação em 176 aeroportos de 41 países. Serão atendidos 270 vôos por mês, o que exigirá a contratação de cerca de 400 funcionários.

BRINQUEDINHO
O Beach Park se prepara para lançar novo brinquedo de R$ 4 milhões. A expectativa é que o numero de visitantes suba 30%. O parque encerrou 2005 com faturamento de R$ 40 milhões e, neste ano, iniciou plano de expansão com novo hotel, restaurantes, lojas e unidades residenciais.

DEU ZEBRA
A derrota da Inglaterra na Copa do Mundo fez os agentes de apostas britânicos economizarem cerca de US$ 22 milhões, segundo operadoras de casas de apostas do país. O placar da partida contra Portugal também ajudou as agências, pois há menos apostas em empates sem gols. Algumas empresas, no entanto, tiveram prejuízo. Uma delas prometeu pagar 100 libras a cada apostador em caso de pênaltis.


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