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Mercado aguarda a compra de trigo dos EUA
Brasil pode importar o cereal do tipo
"soft", por meio de moinhos do Nordeste
Possibilidade de compra
cresce após confirmação de
quebra da safra no Brasil,
que deverá ficar em torno de
3,8 milhões de toneladas
DA REUTERS
Com a previsão de encerramento dos leilões semanais de
trigo da Conab (Companhia
Nacional de Abastecimento)
até o final do mês, há no mercado quem aposte na importação
brasileira do cereal do tipo
"soft" dos Estados Unidos ainda neste ano, em meio à entressafra no Brasil e na Argentina.
A importação do "soft" seria
feita por moinhos do Nordeste,
que são isentos da taxa da Marinha Mercante e pagam um frete para o produto dos Estados
Unidos equivalente ao que pagariam para buscar o trigo na
Argentina, tradicional fornecedora do Brasil, disse um corretor do Rio Grande do Sul.
Além disso, o Nordeste possui uma importante indústria
de biscoitos, que poderia ser
atendida pelo cereal "soft", cuja
cotação na base FOB golfo, em
torno de US$ 160 por tonelada,
está no mesmo nível da registrada na Argentina atualmente.
"Se a produção [brasileira] ficar em 3,8 milhões de toneladas [safra 2006/7], o Brasil terá
de importar 6 milhões de toneladas. A maior parte virá da Argentina e um pouco dos EUA,
para o Norte e o Nordeste", declarou o corretor gaúcho.
"O Brasil deve trazer 400 mil
toneladas de trigo americano
ainda neste ano", acrescentou,
dizendo que uma missão da US
Wheat (associação de produtores de trigo dos EUA) visitou o
Nordeste recentemente.
O corretor disse que a possibilidade de importação de trigo
dos EUA aumentou com a confirmação de quebra da safra no
Brasil, que deve ficar em torno
de 3,8 milhões de toneladas, para um consumo anual de 10 milhões de toneladas.
Os dois principais produtores -Paraná e o Rio Grande do
Sul- devem colher juntos
aproximadamente 3 milhões
de toneladas, segundo estimativas dos governos estaduais.
Números da safra
Pelos últimos números da
Conab, que deve divulgar nova
estimativa para a safra de trigo
na próxima quinta-feira, Paraná e Rio Grande do Sul são responsáveis por 89% da colheita
nacional, que começa entre
agosto e setembro. A estimativa
atual da Conab, que deve ser reduzida, é de safra de 4,2 milhões de toneladas, ante 4,87
milhões na safra passada.
Lawrence Pih, presidente do
moinho Pacífico, considera
ainda "prematuro" falar sobre
o tamanho da safra, mas declarou que a empresa trabalha
"com um número entre 3,5 milhões e 4 milhões de toneladas".
A queda em relação ao ano
passado, segundo Pih, não seria
tão brusca "porque não se confirmou o prognóstico tão pessimista no Rio Grande do Sul".
Para ele, o Estado deve colher
1,8 milhão de toneladas, ou 600
mil toneladas acima da recente
estimativa do governo gaúcho.
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