Ninguém tem mais dúvidas de que estamos diante do maior choque de commodities da história do capitalismo. O petróleo atingiu patamar inédito de preços em termos reais.
Entretanto, alguns países estão mais convictos do que outros sobre a necessidade de apertar a política monetária para combater a inflação e é provável que surjam economias que queiram pegar carona no aperto monetário de outras.
A análise é do economista Octavio de Barros, que dirige a área de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco. Barros diz que esses países podem tentar "viajar de graça" e aproveitar-se do aperto monetário no mundo, sem ter que eles mesmos subirem os juros.
Para o economista, a ação dos bancos centrais dependerá das iniciativas dos seus pares. "O Banco Central do Brasil seguirá fazendo a sua parte aumentando os juros e deixando apreciar um pouco mais o câmbio. Até quando, ninguém sabe. Vai depender dos outros e do comportamento do preço das commodities diante do aperto monetário realizado."
Segundo a análise, se a maior parte dos bancos centrais tiver uma tendência à acomodação e agir de modo fraco para responder aos altos preços das commodities, o trabalho do BC brasileiro terá pouca efetividade. "Isso certamente levaria a uma reavaliação do tamanho do ajuste monetário no Brasil ainda neste ano."
Barros aponta ainda um conflito entre os países em desenvolvimento e as economias mais avançadas. O economista afirma que as pressões inflacionárias são importantes nos países desenvolvidos, mas não tão graves quanto nos emergentes, onde os alimentos pesam muito na cesta de consumo.
Por outro lado, o preço favorável das commodities beneficiou os Estados em desenvolvimento, que representavam 36,7% do PIB mundial em 1999 e, no ano passado, responderam por 43,5% da riqueza.
"Os emergentes não parecem dispostos a devolver o prêmio de loteria que ganharam com a mudança de preços relativos a favor de commodities. A China, por seu turno, dificilmente, pisará no freio de seu projeto de grande potência mundial", diz o economista do Bradesco.
Apesar do dilema de quem vai arcar com as piores conseqüências do ajuste, Barros diz que todos os países vão ter que pagar um preço pela pressão inflacionária global.
"O preço virá ou sob a forma de aumento de juros, sob a forma de apreciação cambial ou sob a forma de desaceleração pelo próprio impacto do aumento dos preços sob a demanda. A terceira opção está mais ou menos excluída do menu de opções de países como o Brasil, que têm longa tradição de inflação alta ou ainda de indexação fácil da economia", afirma.

ENTRE QUATRO PAREDES

A rede Atlantica Hotels Internacional transforma quartos de hotéis em salas de estar ou escritórios para reuniões confidenciais com executivos. Segundo a empresa, a procura pelo serviço cresce em torno de 15%. Os escritórios adaptados começaram a ser oferecidos por conta da limitação das salas de reuniões nos hotéis e, hoje, cinco unidades em São Paulo, Curitiba e Brasília contam com "day-offices". "A percepção com a segurança no hotel os motiva a usar esse tipo de serviço", afirma Elias Rodrigues, diretor de operações de hotéis de luxo da rede Atlantica Hotels Internacional.

RÓTULO
Desembarca na próxima quarta-feira, no Brasil, Daniel Pi, enólogo da bodega argentina Trapiche, importada pela Interfoood há um ano. No ano passado, 55 mil caixas foram importadas e para este ano a previsão é alcançar 60 mil caixas.

REAL
Tom Copeland, autor do livro "Avaliação de Empresas: Calculando e Gerenciando o Valor das Empresas", fará a palestra inaugural do 12º Congresso Internacional de Opções Reais, promovido pela PUC-RJ, entre os dias 9 e 12.

TIJOLO COM TIJOLO
O Sinduscon-ES (sindicato da construção do Espírito Santo) acaba de divulgar o 13º Censo Imobiliário. Nos últimos seis meses, o mercado imobiliário capixaba teve crescimento de 20%. No final de 2007 estavam sendo construídas 19.225 unidades habitacionais e agora são 23.081 unidades em construção. São 353 empreendimentos. Deste total, 74% já estão vendidas. O município da Serra concentra 40% do número de unidades em construção. A maior valorização está em Vitória, no bairro Enseada do Suá.

COMBUSTÍVEL
REGIÃO CENTRAL DE SP É A MAIS CARA PARA ABASTECER
Na Grande São Paulo, os preços do GNV, do diesel e do biodiesel subiram 26%, 1,85% e 3,87%, respectivamente, em junho, mostra pesquisa da Ticket Car. Na capital, a região central é a mais cara para abastecer com todos os combustíveis (veja quadro com exemplos). O preço do GNV subiu mais de 30% na cidade no mês e o preço médio do combustível por m3 passou de R$ 1,12 em maio para R$ 1,51 em junho.

ARMANI VAI À INDIA
Grifes de luxo devem chegar à India no mês que vem com a abertura do shopping Emporio, de acordo com o "New York Times"; o espaço terá marcas como Dior, Cartier, Fendi e Louis Vuitton e abriga a primeira loja da Armani no país; em seu desfile na semana de moda de Milão, Armani (foto) apresentou uma coleção masculina que tinha influência de trajes indianos