São Paulo, sexta-feira, 04 de julho de 2008

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BCE eleva juros para o maior nível em 7 anos

DA REDAÇÃO

Como já era esperado, o BCE (Banco Central Europeu) aumentou de 4% para 4,25% a taxa de juros dos 15 países da zona do euro, visando conter a inflação dos alimentos e do petróleo na região. Ela está agora no seu nível mais alto em sete anos, mas, em 2001, a entidade passava por um período de cortes nos juros -a última vez que o BCE elevou a taxa foi em junho do ano passado.
Nas últimas semanas, o presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, disse mais de uma vez que era "possível" uma elevação da taxa. No entanto, o banco central sinalizou que a elevação de ontem não é o início de um ciclo de aumentos nos juros, o que ajudou para o dia positivo nos mercados europeus e para que o dólar se valorizasse em relação ao euro. "A partir de agora, eu não tenho nenhuma tendência", afirmou o dirigente após a decisão de ontem.
Trichet disse ainda que o BCE dará sinais antecipadamente sobre mudanças na taxa de juros do bloco "se e quando tivermos algo novo para fornecer ao mercado, certamente faremos isso, como sempre fizemos no passado. E certamente faremos de uma maneira clara, que nos permita sermos tão previsíveis no futuro como fomos no passado".
De acordo com estimativa divulgada no início da semana, a inflação nos países que usam o euro como moeda subiu 4% em junho na comparação com o mesmo mês de 2007, atingindo o seu nível histórico mais alto e chegando ao dobro da meta oficial, que é de cerca de 2%. Em maio, os preços na zona do euro subiram 3,7%.
Nas últimas semanas, vários bancos centrais, como os do Brasil, da Rússia e do México, têm elevado as suas taxas de juros, em uma tentativa de conter o aumento da inflação. O Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) interrompeu em junho o ciclo de sete cortes consecutivos iniciado em setembro de 2007.
Sobre o crescimento do bloco, Trichet falou que o atual ritmo "não é agradável" e que o resultado do segundo trimestre deve ser inferior aos dos primeiros três meses do ano, quando a economia da zona do euro se expandiu quase 1%.
Segundo o principal dirigente do BCE, o resultado do terceiro trimestre também não deverá ser "particularmente agradável".


Com agências internacionais

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