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Governo deve reduzir previsão de crescimento
Estimativa anterior era de alta de 5% no PIB em 2009
LUCIANA OTONI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A proposta de Orçamento para 2009 que o governo enviará
ao Congresso deve conter previsão de queda no ritmo de
crescimento da economia.
A nova projeção pode ficar
até 0,5 ponto percentual abaixo
dos 5% previstos no projeto de
LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) e fixados como meta para o segundo mandato do
presidente Lula. A redução reflete a opção do governo de sacrificar o ritmo de expansão da
economia para conter a escalada da inflação.
Quando foi apresentada em
abril, a proposta de LDO estimava para 2009 um PIB (Produto Interno Bruto) de R$ 3,113
trilhões. Diante do aumento
nos juros para frear o consumo,
a cifra tende a não se confirmar.
A sinalização sobre a perda
de ritmo da economia foi dada
pelo secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, ontem promovido a secretário de Política Econômica.
"O cenário internacional se
alterou em relação ao final de
2007. Há os cenários de inflação que foram apresentados
pelo próprio Banco Central e
isso é levado em consideração
pelo Ministério da Fazenda."
Nelson Barbosa comentou
que a revisão da taxa de crescimento é um procedimento normal e que o novo percentual
ainda está sendo calculado pelo
Ministério da Fazenda.
"Acho que o crescimento entre 4,5% e 5% é sustentável
mesmo com atuais pressões inflacionárias oriundas de choques externos e de eventuais
aquecimentos em alguns setores da economia", afirmou.
Juntamente com a mudança
nas estimativas para 2009, o
governo também deve recalcular os demais parâmetros macroeconômicos usados na formulação do Orçamento, que
são inflação, taxa Selic (taxa básica de juros) e taxa de câmbio.
A revisão desses parâmetros
é importante porque é com base neles que os ministérios da
Fazenda e do Planejamento
projetam as receitas e despesas
do Orçamento.
"É preciso deixar claro que o
governo não decide crescimento. O crescimento é resultado
da atividade de toda a economia, dos trabalhadores e das
empresas. O governo toma medidas para manter inflação sobre controle e criar condições
para que o crescimento crie
maior bem-estar."
Nelson Barbosa comentou a
decisão tomada pelo CMN
(Conselho Monetário Nacional) na segunda-feira de manter o centro da meta da inflação
de 2009 em 4,5%. Segundo ele,
esse percentual, considerando
os dois pontos percentuais de
tolerância, é suficiente para absorver choques externos.
O economista também disse
que as medidas adotadas pelo
governo para conter a escalada
da inflação, principalmente a
alta nos juros básicos, não foram sentidas de forma plena na
economia e que o IPCA (índice
oficial de inflação) deve convergir para o centro da meta até
o fim de 2009 e início de 2010.
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