São Paulo, sexta-feira, 04 de julho de 2008

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Governo deve reduzir previsão de crescimento

Estimativa anterior era de alta de 5% no PIB em 2009

LUCIANA OTONI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A proposta de Orçamento para 2009 que o governo enviará ao Congresso deve conter previsão de queda no ritmo de crescimento da economia.
A nova projeção pode ficar até 0,5 ponto percentual abaixo dos 5% previstos no projeto de LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) e fixados como meta para o segundo mandato do presidente Lula. A redução reflete a opção do governo de sacrificar o ritmo de expansão da economia para conter a escalada da inflação.
Quando foi apresentada em abril, a proposta de LDO estimava para 2009 um PIB (Produto Interno Bruto) de R$ 3,113 trilhões. Diante do aumento nos juros para frear o consumo, a cifra tende a não se confirmar.
A sinalização sobre a perda de ritmo da economia foi dada pelo secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, ontem promovido a secretário de Política Econômica.
"O cenário internacional se alterou em relação ao final de 2007. Há os cenários de inflação que foram apresentados pelo próprio Banco Central e isso é levado em consideração pelo Ministério da Fazenda."
Nelson Barbosa comentou que a revisão da taxa de crescimento é um procedimento normal e que o novo percentual ainda está sendo calculado pelo Ministério da Fazenda.
"Acho que o crescimento entre 4,5% e 5% é sustentável mesmo com atuais pressões inflacionárias oriundas de choques externos e de eventuais aquecimentos em alguns setores da economia", afirmou.
Juntamente com a mudança nas estimativas para 2009, o governo também deve recalcular os demais parâmetros macroeconômicos usados na formulação do Orçamento, que são inflação, taxa Selic (taxa básica de juros) e taxa de câmbio.
A revisão desses parâmetros é importante porque é com base neles que os ministérios da Fazenda e do Planejamento projetam as receitas e despesas do Orçamento.
"É preciso deixar claro que o governo não decide crescimento. O crescimento é resultado da atividade de toda a economia, dos trabalhadores e das empresas. O governo toma medidas para manter inflação sobre controle e criar condições para que o crescimento crie maior bem-estar."
Nelson Barbosa comentou a decisão tomada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) na segunda-feira de manter o centro da meta da inflação de 2009 em 4,5%. Segundo ele, esse percentual, considerando os dois pontos percentuais de tolerância, é suficiente para absorver choques externos.
O economista também disse que as medidas adotadas pelo governo para conter a escalada da inflação, principalmente a alta nos juros básicos, não foram sentidas de forma plena na economia e que o IPCA (índice oficial de inflação) deve convergir para o centro da meta até o fim de 2009 e início de 2010.


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