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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br
"Contas fiscais do país têm sinal amarelo"
A decisão do governo de
manter os reajustes salariais do
funcionalismo a partir deste
mês e de descontar os investimentos do PAC na meta fiscal é
um sinal de preocupação para o
futuro. Para a consultoria Tendências, trata-se de uma mudança de rota do governo e
acende um sinal amarelo para
as contas públicas.
Para o economista Felipe
Salto, da Tendências, não se pode traçar um cenário caótico a
partir dessa decisão, até porque
o governo acumulou gorduras
nos anos anteriores, mas não
deixa de ser um sinal bastante
negativo para o futuro fiscal.
"A exclusão dos gastos do
PAC é algo plenamente distinto
e pode constituir um péssimo
sinal para o futuro fiscal", diz.
Segundo Saldo, há uma diferença entre a decisão de agora
de excluir o PAC da meta fiscal
e a da gestão Palocci, quando se
autorizou descontar os investimentos do PPI (Programa Piloto de Investimentos) do cálculo
do superávit primário. Na época de Palocci, o objetivo era ampliar a liberdade do investimento público sem negligenciar as metas.
"A medida de agora tem caráter oportunista, dada a proximidade das eleições e a dificuldade em cumprir a meta."
A grande preocupação é com
2010, cuja meta fiscal é de 3,3%
do PIB, segundo o texto da LDO
que tramita na Comissão Mista
de Orçamento, acima, portanto, dos 2,5% do PIB definidos
para este ano. A manutenção da
meta de 2010 em 3,3% do PIB
indica um compromisso importante para a retomada do
esforço fiscal pós-crise.
"Para que tal sinalização positiva não fique comprometida,
no entanto, é preciso garantir
que nenhum subterfúgio, como
descontos e estratégias contábeis, seja utilizado", diz Salto.
O pior, na opinião do economista, é que não houve por parte do governo, até agora, anúncio de redução de gastos de custeio que pudesse amenizar os
efeitos da expansão dos gastos.
O saldo das últimas declarações
do governo é negativo.
MOTOR
A Ford teve em junho seu
melhor desempenho de vendas mensal em 90 anos de
presença no país com 31.300
unidades emplacadas no varejo. O volume é 30% superior ao de maio e maior que o
crescimento da indústria no
período, de 21,5%. No acumulado, foram emplacados
158.500 veículos Ford no
mercado interno, alta de 17%
sobre igual período de 2008
-o mercado cresceu 3%.
EMBREAGEM
Com o resultado, a Ford
ampliou sua participação de
mercado de 9,7% para 10,9%.
TAÇA
O produtor português de
vinhos Dominic Symington
desembarca no Brasil neste
mês para lançar seu tinto
Quinta do Vesúvio 2007.
Symington participa de jantar e degustação no La Tambuille, em SP, no dia 13.
ONDA
Começa hoje, em Ilhabela,
o evento de vela oceânico para executivos Rolex Ilhabela
Sailing Week. Entre os 190
veleiros inscritos, estão os
barcos de executivos da Mitsubishi Motors, da Andrade
Gutierrez, da Asa Alumínio,
da AmBev e outros.
NA LINHA
As vendas do serviço de
banda larga (Virtua) da Net
Serviços registraram alta
desde que a Telefônica foi
proibida de vender o Speedy.
A demanda cresceu em todas
as praças do Estado de São
Paulo onde a empresa opera,
mas disparou especialmente
no interior do Estado.
ARROJADO
A Caixa lança um fundo de
investimento para "clientes
de perfil arrojado". Trata-se
de investimentos de longo
prazo com aplicação inicial
de R$ 20 mil e taxa de administração de 0,50% ao ano.
CIMENTO
A Votorantim já está produzindo cimento em sua nova fábrica de Xambioá (TO).
As obras foram aceleradas
para atender à demanda da
usina hidrelétrica de Estreito, que está em construção
no Estado.
A TODO VAPOR
A fábrica da Votorantim
receberá investimento total
de R$ 300 milhões e terá capacidade de produção de 1
milhão de toneladas de cimento por ano. Em outubro,
a fábrica estará com capacidade total e atenderá os mercados de TO, PA, MA e PI.
FEITO TATUAGEM
Rosana Simões, diretora da rede de presentes Roberto
Simões Casa, acaba de fechar parceria com a portuguesa
Vista Alegre para trazer as peças ao Brasil. Entre os produtos, há uma linha chamada Tatoo, de porcelanas com
desenhos que remetem a tatuagens florais e tribais. A rede importou mais de 30 mil peças, em dois contêineres de
produtos da marca portuguesa, cujos preços podem chegar a R$ 5.270.
NA JUSTIÇA
A Unimed soma diversas ações na Justiça questionando a
cobrança de um total de R$ 10 bilhões em tributos federais,
estaduais e municipais de suas cooperativas, segundo Humberto Jorge Isaac, presidente da Federação das Unimeds do
Estado de São Paulo. No Estado, o montante em discussão
chega a R$ 4 bilhões. Isaac afirma que os recursos são indevidos pois a Unimed é uma cooperativa sem fins lucrativos,
sobre a qual não deveriam incidir impostos. Segundo ele, há
uma bitributação do sistema -os impostos que são pagos
pelos médicos são cobrados novamente da cooperativa. Hoje, não há uma posição unânime entre os juízes que julgam
as diversas ações espalhadas, afirma Isaac.
AGRÁRIO
O Instituto dos Advogados
Brasileiros acaba de criar, no
Rio de Janeiro, a Comissão
Permanente de Direito
Agrário, que será presidida
por Octavio Mello Alvarenga. O objetivo da entidade, de
acordo com Alvarenga, é
criar "uma tribuna para receber representantes do
meio rural e abordar temas
relacionados ao setor".
PAPELADA
O Banco do Brasil passou a
emitir mais 1 milhão de boletos ao mês usando metade
do papel antes necessário
para impressão das cobranças. Agora são 2,7 milhões de
boletos ao mês impressos
em metade de um papel A4.
O BB estima economia anual
de 78 toneladas de papel. A
medida foi adotada pelo banco em junho do ano passado.
com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI
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