São Paulo, sábado, 04 de julho de 2009

Próximo Texto | Índice

Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br

"Contas fiscais do país têm sinal amarelo"

A decisão do governo de manter os reajustes salariais do funcionalismo a partir deste mês e de descontar os investimentos do PAC na meta fiscal é um sinal de preocupação para o futuro. Para a consultoria Tendências, trata-se de uma mudança de rota do governo e acende um sinal amarelo para as contas públicas.
Para o economista Felipe Salto, da Tendências, não se pode traçar um cenário caótico a partir dessa decisão, até porque o governo acumulou gorduras nos anos anteriores, mas não deixa de ser um sinal bastante negativo para o futuro fiscal.
"A exclusão dos gastos do PAC é algo plenamente distinto e pode constituir um péssimo sinal para o futuro fiscal", diz.
Segundo Saldo, há uma diferença entre a decisão de agora de excluir o PAC da meta fiscal e a da gestão Palocci, quando se autorizou descontar os investimentos do PPI (Programa Piloto de Investimentos) do cálculo do superávit primário. Na época de Palocci, o objetivo era ampliar a liberdade do investimento público sem negligenciar as metas.
"A medida de agora tem caráter oportunista, dada a proximidade das eleições e a dificuldade em cumprir a meta."
A grande preocupação é com 2010, cuja meta fiscal é de 3,3% do PIB, segundo o texto da LDO que tramita na Comissão Mista de Orçamento, acima, portanto, dos 2,5% do PIB definidos para este ano. A manutenção da meta de 2010 em 3,3% do PIB indica um compromisso importante para a retomada do esforço fiscal pós-crise.
"Para que tal sinalização positiva não fique comprometida, no entanto, é preciso garantir que nenhum subterfúgio, como descontos e estratégias contábeis, seja utilizado", diz Salto.
O pior, na opinião do economista, é que não houve por parte do governo, até agora, anúncio de redução de gastos de custeio que pudesse amenizar os efeitos da expansão dos gastos. O saldo das últimas declarações do governo é negativo.

MOTOR
A Ford teve em junho seu melhor desempenho de vendas mensal em 90 anos de presença no país com 31.300 unidades emplacadas no varejo. O volume é 30% superior ao de maio e maior que o crescimento da indústria no período, de 21,5%. No acumulado, foram emplacados 158.500 veículos Ford no mercado interno, alta de 17% sobre igual período de 2008 -o mercado cresceu 3%.

EMBREAGEM
Com o resultado, a Ford ampliou sua participação de mercado de 9,7% para 10,9%.

TAÇA
O produtor português de vinhos Dominic Symington desembarca no Brasil neste mês para lançar seu tinto Quinta do Vesúvio 2007. Symington participa de jantar e degustação no La Tambuille, em SP, no dia 13.

ONDA
Começa hoje, em Ilhabela, o evento de vela oceânico para executivos Rolex Ilhabela Sailing Week. Entre os 190 veleiros inscritos, estão os barcos de executivos da Mitsubishi Motors, da Andrade Gutierrez, da Asa Alumínio, da AmBev e outros.

NA LINHA
As vendas do serviço de banda larga (Virtua) da Net Serviços registraram alta desde que a Telefônica foi proibida de vender o Speedy. A demanda cresceu em todas as praças do Estado de São Paulo onde a empresa opera, mas disparou especialmente no interior do Estado.

ARROJADO
A Caixa lança um fundo de investimento para "clientes de perfil arrojado". Trata-se de investimentos de longo prazo com aplicação inicial de R$ 20 mil e taxa de administração de 0,50% ao ano.

CIMENTO
A Votorantim já está produzindo cimento em sua nova fábrica de Xambioá (TO). As obras foram aceleradas para atender à demanda da usina hidrelétrica de Estreito, que está em construção no Estado.

A TODO VAPOR
A fábrica da Votorantim receberá investimento total de R$ 300 milhões e terá capacidade de produção de 1 milhão de toneladas de cimento por ano. Em outubro, a fábrica estará com capacidade total e atenderá os mercados de TO, PA, MA e PI.

FEITO TATUAGEM
Rosana Simões, diretora da rede de presentes Roberto Simões Casa, acaba de fechar parceria com a portuguesa Vista Alegre para trazer as peças ao Brasil. Entre os produtos, há uma linha chamada Tatoo, de porcelanas com desenhos que remetem a tatuagens florais e tribais. A rede importou mais de 30 mil peças, em dois contêineres de produtos da marca portuguesa, cujos preços podem chegar a R$ 5.270.

NA JUSTIÇA
A Unimed soma diversas ações na Justiça questionando a cobrança de um total de R$ 10 bilhões em tributos federais, estaduais e municipais de suas cooperativas, segundo Humberto Jorge Isaac, presidente da Federação das Unimeds do Estado de São Paulo. No Estado, o montante em discussão chega a R$ 4 bilhões. Isaac afirma que os recursos são indevidos pois a Unimed é uma cooperativa sem fins lucrativos, sobre a qual não deveriam incidir impostos. Segundo ele, há uma bitributação do sistema -os impostos que são pagos pelos médicos são cobrados novamente da cooperativa. Hoje, não há uma posição unânime entre os juízes que julgam as diversas ações espalhadas, afirma Isaac.

AGRÁRIO
O Instituto dos Advogados Brasileiros acaba de criar, no Rio de Janeiro, a Comissão Permanente de Direito Agrário, que será presidida por Octavio Mello Alvarenga. O objetivo da entidade, de acordo com Alvarenga, é criar "uma tribuna para receber representantes do meio rural e abordar temas relacionados ao setor".

PAPELADA
O Banco do Brasil passou a emitir mais 1 milhão de boletos ao mês usando metade do papel antes necessário para impressão das cobranças. Agora são 2,7 milhões de boletos ao mês impressos em metade de um papel A4. O BB estima economia anual de 78 toneladas de papel. A medida foi adotada pelo banco em junho do ano passado.

com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI



Próximo Texto: Roberto Rodrigues: A crise e o Plano de Safra
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.