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Bancários querem discutir cortes
e agências fechadas no Santander
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Confederação Nacional dos
Bancários (CNB), ligada à CUT,
quer discutir com a direção do
Santander Banespa demissões e
fechamento de agências no país.
Levantamento entregue pela
entidade ao ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, aponta que
foram dispensados 500 funcionários só no mês de fevereiro deste
ano e que 25% do quadro pessoal
(20 mil empregados no país) já é
de estagiários e terceirizados.
"Serão fechadas 14 agências até
agosto, o que vai agravar ainda
mais a situação do desemprego
no país", afirma Paulo Stekel, diretor da confederação.
Procurado pela Folha, o Santander Banespa não se pronunciou até o fechamento desta edição sobre as demissões nem confirmou o fechamento de agências.
Esse é o segundo documento
entregue ao governo nos últimos
meses mostrando as condições do
emprego no setor bancário.
A terceirização, as cooperativas
do trabalho e o uso de estagiários
no setor bancário já impedem a
criação de 60 mil empregos com
carteira assinada em bancos públicos e privados no país, segundo
outro estudo feito pelo Sindicato
dos Bancários de São Paulo e pela
CNB e entregue ao governo. No
país, existem hoje 400 mil funcionários contratados de forma direta no setor. O documento pede
que o governo e as universidades
acompanhem o processo de contratação de estagiários.
"O estágio, por exemplo, é usado para substituir o trabalho do
bancário, e não para que um estudante possa aprender com um
funcionário do banco", afirma
Luiz Claudio Marcolino, presidente do sindicato. Segundo ele, a
terceirização já atinge parte de setores que trabalham em atividades relacionadas ao sigilo bancário. "São funções que devem ser
executadas por bancários", diz.
Um dos maiores bancos privados do país foi autuado neste ano
em cerca de R$ 8 milhões por fiscais da Delegacia Regional do
Trabalho de São Paulo por empregar funcionários terceirizados
de forma irregular. O banco usava
mão-de-obra de terceiros em atividades de informática consideradas essenciais, e não em atividades-meio, como permite a lei, informa relatório da DRT obtido
pela Folha. Com a fiscalização, 47
profissionais tiveram suas carteiras de trabalho registradas.
A terceirização só deve ocorrer
em atividades que não são as
principais na empresa. Uma metalúrgica, por exemplo, não pode
terceirizar funcionários ligados à
produção, mas pode contratar
terceirizados ou cooperados para
as áreas de limpeza e segurança.
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