São Paulo, sexta-feira, 04 de agosto de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MERCADO ABERTO

Nível de risco aumenta em dois anos

O risco sofrido pelas empresas aumentou nos últimos dois anos. Questões de ordem regulatória e "compliance" -área encarregada de garantir o cumprimento de normas exigidas pelo sistema financeiro- estão diretamente ligadas a essa alta, ocupando os primeiros lugares na lista de riscos a que as companhias estão submetidas.
As informações fazem parte de pesquisa realizada pela Ernst & Young com 150 membros de conselhos de administração de empresas globais. De acordo com o estudo, o grupo que acredita no aumento do nível de risco chega a 72%.
Sergio Citeroni, sócio de auditoria da Ernst & Young, afirma que questões de risco regulatório estão sempre presentes em qualquer tipo de pesquisa sobre o mundo empresarial. "O risco, inclusive, quando materializado, se transforma em prejuízo", diz. Por este motivo é tão preocupante para as corporações.
Para Citeroni, a questão do nível de risco tem mais a ver com a própria estrutura das corporações do que com os órgãos reguladores ou governamentais.
"É um assunto gerado "de dentro pra fora", tem a ver com a empresa estar ou não bem preparada, se ela consegue aproveitar a estrutura que tem e atender à regulamentação", afirma Citeroni.
Segundo o estudo, principalmente para os pesquisados do continente americano (82%), há esse "aproveitamento" da estrutura das empresas, com riscos bem gerenciados e informações confiáveis da administração. Já na Europa, a porcentagem cai para 32%.
Para Citeroni, os índices mostram que o grau de ceticismo é muito mais forte no mercado europeu. "A tendência do brasileiro é muito similar à do americano, de confiar mais, aceitar mais a informação, ser pouco questionador", diz.
Como conclusão, a pesquisa traz duas premissas. Uma delas diz que, para ter sucesso, as empresas precisam ser altamente eficientes ao lidar com questões relativas a "compliance" e a risco de performances.
A segunda diz que as empresas precisam dar seus próprios passos para encaminhar os riscos de maneira mais eficiente. Segundo o texto final do estudo, "é preciso alcançar uma perspectiva holística".

OVO DE OURO
Londres já tem a solução para o cozimento de ovos; trata-se do "Lion Quality Egg", que traz uma tinta térmica na casca e, de acordo com a consistência, mostra as palavras "mole" ou "duro"

INTERCÂMBIO NA MESA
O chef de um dos restaurantes franceses que mais recebem brasileiros em Paris, Jean-François Piège, deu início, ontem, a um festival gastronômico no restaurante Eau, do Grand Hyatt São Paulo, ao lado do chef da casa, Pascal Valero. Desde o início de 2004 à frente do parisiense Les Ambassadeurs, do Hôtel de Crillon, que é cotado com duas estrelas pelo Guia Michelin, Piège afirma que a vinda ao Brasil é muito importante para levar mais clientes brasileiros a sua mesa. Depois de já ter passado por festivais na Itália, na Espanha, na Alemanha e no Japão, ele diz que passou a ser mais procurado por clientes desses países e que, por isso, tem planos de continuar viajando com seus pratos.

VIP
O grupo Votorantim acaba de receber a classificação "BBB-" da agência de risco Fitch. Com a graduação -a mesma dada pela Standard & Poor's-, o grupo ratifica sua participação no time de empresas brasileiras a conquistar o "investment grade". A classificação tem como vantagens atrair um número maior de investidores e o custo para captar recursos fica mais baixo. O resultado da graduação pode ser confirmado pelo consórcio que acaba de ser fechado com os bancos ABN Amro, BBVA, BNP Paribas, Santander e Citibank para uma empréstimo sindicalizado no mercado bancário internacional. A transação foi finalizada em julho de 2006, no valor de US$ 1,2 bilhão e tem "spread" médio de 0,49% ao ano acima da taxa de referência (LIBOR) para um prazo médio de 4,4 anos.

BC COOPERATIVO
O Banco Central inicia esta semana um diagnóstico minucioso da gestão de cooperativas de crédito, segmento que apresenta crescimento incentivado por atualizações normativas. Nos últimos dez anos, o número de cooperativas de crédito no Brasil saltou de 980 para mais de 1.400. A participação delas no total de operações do Sistema Financeiro Nacional mais que triplicou, subiu de 0,7%, em 1997, para 2,5%, em 2005. O levantamento resultará em diretrizes para a expansão do segmento. O projeto "Diretrizes e Mecanismos para o Fortalecimento da Governança em Cooperativas de Crédito" será concluído em dois anos. Nele, serão avaliadas as boas práticas de gestão no Brasil e no mundo, além dos modelos administrativos adotados por cooperativas nacionais.


Texto Anterior: Luiz Carlos Mendonça de Barros: Arejando o debate econômico
Próximo Texto: Varig planeja retomar rotas em 3 etapas
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.