São Paulo, sábado, 04 de agosto de 2007

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Preços se desaceleram, e Fipe já prevê deflação em agosto

Inflação cai de 0,55% em junho para 0,27% em julho

DEISE DE OLIVEIRA
DA FOLHA ONLINE

A cidade de São Paulo deve registrar deflação em agosto, a primeira do ano, segundo previsão da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da USP). O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) deve fechar este mês com queda de 0,04%, após encerrar julho em alta de 0,27%, abaixo da taxa registrada em junho, quando os preços subiram 0,55%.
O último reajuste negativo de preços em São Paulo ocorreu em junho de 2006 (-0,31%). O menor índice deste ano foi obtido em março, positivo em 0,11%. A expectativa da Fipe é que, em 2007, a inflação fique em 4,1%, ante 4,2% da estimativa anterior.
Na composição do índice de julho, habitação e alimentação ajudaram na desaceleração. Habitação registrou deflação de 0,09% em julho, ante 0,13% no mês anterior, e alimentação teve alta de 1,06%, contra 1,9% em junho.
"A categoria alimentação continuou como principal fator de pressão. Pode-se dizer que a inflação é bovina", explicou Márcio Nakane, coordenador do índice, já que o leite subiu 10,3%, a carne bovina, 4,56% e os derivados de leite tiveram alta de 4,7%.
Entre os itens que mais contribuíram para a alta do IPC, o leite longa vida continua como o grande vilão, com alta de 12,21%.
"Houve problema de captação de leite, pelo período de entressafra e pasto seco, fora que o preço do leite no mercado internacional também aumentou as exportações, reduzindo a oferta no mercado interno. A partir de agora, o produto deve se acomodar, mas ainda continuará em alta", disse Nakane.
Na outra ponta, ajudaram a desacelerar o índice o álcool combustível (9,45% mais barato), batata (baixa de 11,33%) e tomate (queda de 12,48%).

Agosto
Segundo Nakane, a previsão de queda de 1,2% dos preços em habitação para agosto -puxado pela baixa dos preços de energia elétrica, prevista em 9,6%- deve pressionar negativamente o índice. Também devem desacelerar em agosto os preços de despesas pessoais e educação.
No sentido contrário, aparecem os grupos alimentação, transportes e vestuário.
Segundo Nakane, o cenário para a categoria alimentação está menos otimista para os produtos in natura (verduras e frutas) em agosto. Em julho, os preços do segmento recuaram 4,07% e representaram 60,6% da composição do índice. Já em transporte, o preço do álcool volta a subir no período. Quanto ao vestuário, a chegada da nova coleção e o fim das liquidações pressionam os preços.


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