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Negociações são "imorais", diz sindicato
DA REPORTAGEM LOCAL
No movimento sindical
a onda de leilões de folhas
de pagamento, iniciada no
ano passado, ainda é desconhecida. "Não sei se essa
prática é legal, mas é imoral", afirma o presidente
do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Luiz
Cláudio Marcolino.
Na sua opinião, "as empresas estão usando um
patrimônio do trabalhador -a conta bancária-
para fazer negócio".
Cada pacote de clientes
que os bancos conquistam
significa crescimento de
receitas para essas instituições, segundo ele.
"Até 1994, os bancos não
cobravam pelos serviços
de conta corrente. Hoje,
eles têm uma cesta de tarifas e cobram mesmo que o
cliente não use os serviços", diz Marcolino.
Estudo do Dieese constatou que no início de fevereiro o custo médio
mensal de uma cesta de tarifas bancárias era de R$
22,48. O mesmo estudo
aponta forte crescimento
das receitas dos três maiores bancos do país com as
tarifas de conta corrente.
No Banco do Brasil, o
pacote de serviços (Plano
Ouro) teve aumento real
de 39,3% de 2001 para
2005. No Bradesco, os preços dos serviços de conta
corrente tiveram ganho
real de 64,2% e no Itaú, de
39,9% no mesmo período.
Desde o ano passado, algumas categorias de trabalhadores conquistaram
isenção de tarifas nas suas
contas de salários. Foi o
caso dos metalúrgicos e
dos químicos do ABC.
"Os trabalhadores gastavam R$ 300 por ano com
tarifas bancárias. Hoje,
mais de 60% da categoria
está isenta desse pagamento", diz o presidente
do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, José Lopez
Feijóo. O benefício só atinge os trabalhadores atendidos por um posto bancário no local de trabalho.
Também os metalúrgicos de São Paulo negociaram o benefício com algumas empresas em 2005.
Eles incluíram a isenção
de tarifas no rol de reivindicações da campanha salarial deste ano, que termina em novembro.
(SB)
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