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Mercado Aberto
guilherme.barros@uol.com.br
China ameaça exportações do Brasil na AL
Depois de ter conquistado os
Estados Unidos e a Europa, a
China mira agora a América
Latina. As exportações da China ou já ultrapassaram ou estão
prestes a superar as vendas externas do Brasil para os países
da América Latina. Trata-se de
uma mudança importante na
relação do Brasil com a América Latina, que sempre foi um
dos principais compradores do
país.
A comparação entre as exportações dos dois países para a
América Latina é muito difícil
de ser feita. Os números da balança comercial que constam
no site do Ministério da Indústria e do Comércio da China são
defasados, assim como também não é clara a forma de contabilização.
De qualquer forma, tomando
como referência os números do
site, a China exportou, nos seis
primeiros meses do ano, cerca
de US$ 17 bilhões para os países
da América Latina, excluindo o
Brasil. Já o Brasil exportou, de
janeiro a agosto, US$ 22,9 bilhões, para os países da Aladi
(Associação Latino-Americana
de Integração).
O problema é que as exportações chinesas crescem, mês a
mês, a um ritmo superior ao do
Brasil, o que sugere que, neste
ano, a China se torne o país com
o maior volume de exportações
para a América Latina.
Em agosto, inclusive, as exportações do Brasil para os países da Aladi caíram 4,2% em relação ao mesmo mês de 2006.
E, ao mesmo tempo, as exportações da China para o Brasil
cresceram 79,8% em agosto.
"A China representa mesmo
uma grande ameaça às exportações do Brasil na América Latina", diz José Augusto de Castro, vice-presidente da AEB
(Associação de Comércio Exterior do Brasil).
A China possui vantagens
muito grandes sobre o Brasil na
exportação. A principal delas é
o câmbio artificial praticado
pela China, que, segundo José
Augusto de Castro, garante um
diferencial de preço de 35% em
relação ao Brasil.
Ontem, foram divulgados os
números da balança comercial
de agosto, e, assim como tem se
observado nos meses anteriores, as importações do país têm
crescido a um ritmo bem maior
do que as exportações, o que
tem causado uma redução do
saldo comercial.
Segundo José Augusto de
Castro, essa queda do ritmo de
crescimento do valor das exportações ainda não pode ser
considerada reflexo da redução
do preço das commodities. Se
isso acontecer, os efeitos só serão sentidos em outubro.
PELO MUNDO AFORA
Depois de se capitalizar ao fazer IPO, a Bematech, provedora de soluções de automação comercial para o varejo, está
planejando o chamado "crescimento não-orgânico" para
acontecer ainda neste semestre. A idéia é comprar duas ou
três empresas. Para isso, dispõem de R$ 200 milhões em
caixa. A Bematech, hoje, tem focado em um plano de expansão pela América Latina, com "roadshows" por vários países.
A empresa acaba de enviar seu CEO, Marcel Malczweski, para Dailan, China, para participar de evento do World Economic Forum. O executivo foi convidado para falar sobre quais
regiões na América Latina são atrativas para investimentos
e em quais setores estão as oportunidades. O encontro tem a
intenção de criar uma comunidade das 500 principais companhias emergentes de maior crescimento global.
Amil abre o capital e vende Farmalife
O empresário Edson Godoy Bueno, dono do grupo
Amil, acaba de fechar duas
operações. Na sexta-feira
passada, entrou com pedido
na CVM para a abertura de
capital do grupo Amil. Nesta
semana, ele conclui a venda
da Farmalife para a rede carioca Drogasmil. O objetivo
de Bueno é concentrar as
operações em planos de saúde, e por isso decidiu deixar
o varejo.
GOVERNANÇA
A Funcef, fundo de pensão
dos funcionários da Caixa,
realiza seu segundo seminário de Conselheiros Representantes hoje e amanhã,
em Brasília. A proposta do
evento é estimular as boas
práticas de governança corporativa.
VERDE
O GBC Brasil (Green Building Council), ONG apoiada
por companhias como Alcoa
e Wal-Mart, entre outras,
acaba de criar um selo adaptado às condições ambientais e econômicas nacionais
para certificação de edifícios
projetados,construídos e
operados com redução de
impacto na natureza. A idéia
é transformar o Brasil em
um dos líderes em construção sustentável. O selo se
chamará o Leed (Leadership
in Energy and Environmental Design Brasil).
NA GRÁFICA
De janeiro a julho de 2007,
o setor gráfico brasileiro gerou 512 novos postos de trabalho, totalizando 192.397
pessoas empregadas em
17.364 empresas, segundo a
Abigraf (associação do setor), baseada no Caged (Cadastro Geral de Empregados
e Desempregados) do Ministério do Trabalho e Emprego. Em relação ao mesmo
período de 2006, o crescimento foi de 3,1%. Destacam-se as empresas que
atuam no segmento de impressos promocionais.
SUSTENTÁVEL
Será realizado amanhã o
primeiro Fórum do Mercado de Capitais, no auditório
da Bovespa, em São Paulo. O
evento vai tratar da situação
do mercado de capitais e discutir a sustentabilidade de
sua expansão, considerando
também as atuais turbulências da economia mundial.
Organizado pelo ex-ministro João Paulo dos Reis Velloso, presidente do Ibmec, o
evento conta com a participação de nomes como Affonso Celso Pastore, Delfim
Netto, Manoel Félix Cintra
Neto (BM&F), Guilherme
Lacerda (Funcef) e Maria
Helena Santana (CVM), entre outros.
CADEIRA
Elizabeth de Carvalhaes,
ex-vice-presidente da Volks
e ex-Anfavea, assume hoje a
presidência executiva da
Bracelpa. Sua pauta tem foco em tributos sobre investimentos, na agenda internacional e no aumento de exposição setorial em busca de
compreensão da vocação
florestal.
ECOFOOD
A rede de produtos naturais Mundo Verde completa
20 anos com planos de expansão nos estados do Norte
e Nordeste. A primeira loja
no Norte do país será inaugurada amanhã, em Belém
(PA). Estão ainda programadas novas lojas em Petrolina
(PE), em São Luiz (MA) e em
Salvador (BA).
com ISABELLE MOREIRA LIMA e JOANA CUNHA
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