São Paulo, terça-feira, 04 de setembro de 2007

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Déficit com a China no ano é de US$ 387 mi

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A estratégia do governo brasileiro de apostar na China como eventual substituta dos EUA como locomotiva global e grande compradora de produtos brasileiros pode estar em risco: os chineses preferem vender, e no ano o Brasil acumula déficit de cerca de US$ 387 milhões com aquele país asiático.
No ano passado, a Argentina vendeu US$ 8,05 bilhões ao Brasil, enquanto as vendas da China chegavam a US$ 7,99 bilhões. De janeiro a agosto deste ano, se os argentinos exportaram US$ 6,5 bilhões ao Brasil, as vendas chinesas chegaram a US$ 7,6 bilhões.
Neste cenário, a China só perde em vendas ao Brasil para os Estados Unidos, principal parceiro comercial do país. Nos primeiros oito meses deste ano, os norte-americanos venderam US$ 12,1 bilhões ao país.
Com a turbulência nos mercados financeiros causada pela crise de hipotecas de risco nos Estados Unidos, muitos analistas se perguntam hoje se a China teria capacidade de substituir para o resto do mundo o consumo dos norte-americanos.
Indagado ontem sobre a entrada de carros chineses no mercado brasileiro, o secretário de Comércio Exterior, Armando de Mello Meziat, confirmou a preocupação do governo. "Estamos com muito cuidado com a China", afirmou.
Há sete anos que o Brasil não acumula déficit comercial com os chineses. Impulsionados pelo aquecimento nos preços das commodities, agricultores e industriais brasileiros venderam e continuam vendendo bastante à China. A diferença, agora, é o que a China vende ao Brasil: produtos manufaturados.
Nos dez primeiros itens da pauta de vendas do Brasil aos chineses estão soja, minério de ferro, petróleo, óleo de soja, catodos de cobre, ferro, couro e madeira. No sentido inverso, de produtos vendidos pela China, estão: partes para aparelhos telefônicos, dispositivos de cristal líquido, partes de aparelhos de TV, circuitos impressos, câmeras de vídeo, partes para computador.
Na prática, a China não funciona como uma economia aberta e controla o câmbio artificialmente, o que beneficia seus produtos no comércio internacional. (ID)


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