|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Déficit com a China no ano é de US$ 387 mi
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A estratégia do governo
brasileiro de apostar na China como eventual substituta
dos EUA como locomotiva
global e grande compradora
de produtos brasileiros pode
estar em risco: os chineses
preferem vender, e no ano o
Brasil acumula déficit de cerca de US$ 387 milhões com
aquele país asiático.
No ano passado, a Argentina vendeu US$ 8,05 bilhões
ao Brasil, enquanto as vendas da China chegavam a
US$ 7,99 bilhões. De janeiro
a agosto deste ano, se os argentinos exportaram US$
6,5 bilhões ao Brasil, as vendas chinesas chegaram a US$
7,6 bilhões.
Neste cenário, a China só
perde em vendas ao Brasil
para os Estados Unidos,
principal parceiro comercial
do país. Nos primeiros oito
meses deste ano, os norte-americanos venderam US$
12,1 bilhões ao país.
Com a turbulência nos
mercados financeiros causada pela crise de hipotecas de
risco nos Estados Unidos,
muitos analistas se perguntam hoje se a China teria capacidade de substituir para o
resto do mundo o consumo
dos norte-americanos.
Indagado ontem sobre a
entrada de carros chineses
no mercado brasileiro, o secretário de Comércio Exterior, Armando de Mello Meziat, confirmou a preocupação do governo. "Estamos
com muito cuidado com a
China", afirmou.
Há sete anos que o Brasil
não acumula déficit comercial com os chineses. Impulsionados pelo aquecimento
nos preços das commodities,
agricultores e industriais
brasileiros venderam e continuam vendendo bastante à
China. A diferença, agora, é o
que a China vende ao Brasil:
produtos manufaturados.
Nos dez primeiros itens da
pauta de vendas do Brasil aos
chineses estão soja, minério
de ferro, petróleo, óleo de soja, catodos de cobre, ferro,
couro e madeira. No sentido
inverso, de produtos vendidos pela China, estão: partes
para aparelhos telefônicos,
dispositivos de cristal líquido, partes de aparelhos de
TV, circuitos impressos, câmeras de vídeo, partes para
computador.
Na prática, a China não
funciona como uma economia aberta e controla o câmbio artificialmente, o que beneficia seus produtos no comércio internacional.
(ID)
Texto Anterior: Ranking: Santos e Itajaí aparecem em lista de portos Próximo Texto: Governo estuda reduzir tarifa para trazer trigo Índice
|